O FETICHISMO DO ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: REVELANDO SEU SEGREDO

Sandra Cristina Demschinski, Simone de Fatima Flach

Resumo


Sob a luz do materialismo histórico e dialético, o texto apresenta discussão acerca da realização de estágio não obrigatório em cursos de formação de professores. O objetivo é desvelar como o estágio se distorce na forma não obrigatória ao se tornar mercadoria e esconder a exploração humana existente no contexto do trabalho escolar. Para tanto, baseado na teoria marxiana a respeito do fetichismo da mercadoria, são apresentadas discussões de que o estágio não obrigatório, ao se distanciar do processo formativo, se caracteriza como relação social marcada pelo mundo das mercadorias e pela exploração capitalista.  Ainda, são apresentados dados de pesquisa sobre a inserção de estudantes em práticas de estágio não obrigatório, os quais indicam que, enquanto integrantes da classe trabalhadora, e sem serem considerados legalmente trabalhadores, tais estudantes contribuem para o processo de exploração e, consequentemente, para a desvalorização dos trabalhadores da educação em geral.


Palavras-chave


Fetichismo; Estágio não obrigatório; Formação de professores

Texto completo:

SciELO

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