A Filosofia no Enem e suas fontes: reflexos dos PCNs e reflexões pós-BNCC

Ester Pereira Neves Macedo

Resumo


Este artigo investiga alguns reflexos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) nos itens com temáticas ou abordagens relacionadas à filosofia aplicados nas provas de Ciências Humanas do Enem entre 1999 e 2018. A partir da análise de alguns elementos compartilhados pelos PCNs, Enem e BNCC, defendo a tese de que uma cobertura equilibrada das competências e habilidades que os PCNs propõem para a filosofia, com ênfase na diversidade de fontes e tarefas, é essencial para assegurar a presença da área no exame nesse novo cenário. Este artigo consiste em três partes. A primeira é dedicada a um panorama do surgimento dos PCNs a partir das DCNs, algumas características principais e o espaço que a filosofia encontra neles. A segunda parte examina a intersecção entre as competências propostas para a filosofia nos PCNs e como elas são materializadas nas provas de Ciências Humanas do Enem, manifestando-se em diferentes maneiras ao longo dos anos. A terceira parte examina como algumas das questões levantadas no corpo do texto iluminam alguns desafios e possibilidades para a filosofia no Enem no horizonte pós-BNCC.

Palavras-chave


Filosofia; Exame Nacional do Ensino Médio; Referenciais Curriculares; Interdisciplinaridade; Diversidade

Referências


AGUIAR, M. S.; TUTTMAN, M. T. Políticas educacionais no Brasil e a Base Nacional Comum Curricular: disputas de projetos. Em Aberto. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Brasília, DF. v. 33, n. 107, p. 69-94. jan./abr. 2020.

ALVES, D. J. A Filosofia no Ensino Médio: Ambiguidade e Contradições na LDB. Campinas: Autores Associados, 2002.

ALVES, Nilda. Sobre a possibilidade e a necessidade curricular de uma Base Nacional Comum. Revista e-Curriculum. Programa de Pós-graduação Educação: Currículo – PUC/SP. São Paulo. v. 12, n. 03, p. 1464-1479. out./dez. 2014.

BALL, S.J. Big policies/small world: an introduction to international perspectives in education policy. Comparative Education, Penn State, v. 34, n. 2, p. 119-130, 1998.

BANDMAN, B. The adolescent’s rights to freedom, care and enlightenment. Thinking: The Journal of Philosophy for Children, 4(1), 22-27, 1982.

BENJAMIN, D. Philosophy in high school: What does it all mean? Thinking: The Journal of Philosophy for Children, 8(4), 43-44, 1990.

BOWE, R.; BALL, S.; GOLD, A. Reforming education & changing schools: case studies in policy sociology. London: Routledge, 1992.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Parecer CNE/CEB 15/1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Par1598.pdf

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Resolução CNE/CEB 3/2018. Diário Oficial da União. Brasília, 22 de novembro de 2018, Seção 1, pp. 21-24

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Médio. Brasília, DF. 04 de dezembro de 2018.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Matrizes de Referências do Enem. v. 4. Brasília, DF: Inep, 2009.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): relatório pedagógico 2009-2010. Brasília, DF: Inep, 2013.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 23 dez. 1996.

BRASIL. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 16 fev. 2017.

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Orientações curriculares nacionais para o ensino médio: ciências humanas e suas tecnologias. v. 3. Brasília, DF: MEC, 2006.

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Secretaria de Educação Média e Tecnológica (SEMTEC). Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino médio. Brasília, DF: SEMTEC/MEC, 1999.

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Secretaria de Educação Média e Tecnológica (SEMTEC). Orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, DF: SEMTEC/MEC, 2002.

BRESLIN, F. J. A case for philosophy in the American high school curriculum. Clearing House, 55(8), 364-366, 1982.

CASTRO, M. H. G. Breve histórico do processo de elaboração da Base Nacional Comum Curricular no Brasil. Em Aberto. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Brasília, DF. v. 33, n. 107, p. 95-112. jan./abr. 2020.

CARNEIRO, S. R. G. O Enem e a leitura de textos filosóficos: análise de alguns parâmetros para a sala de aula. Revista do NESEF Filosofia e Ensino. v 6. n. 6. p. 26-42, Jun/Dez. 2015.

DROIT, R. Philosophy and democracy in the world. Paris: UNESCO, 1995.

FINI, M. I.; SANTOS, A. V. F. Currículo comum, avaliações externas e qualidade da educação. Em Aberto. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Brasília, DF. v. 33, n. 107, p. 191-202. jan./abr. 2020.

GALLO, S. Filosofia e Exame Nacional do Ensino Médio: Desafios e Perspectivas da Avaliação. Avaliações da Educação Básica em Debate: Ensino e Matrizes de Referências das Avaliações em Larga Escala. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2013.

HAND, M., & WINSTANLEY, C. (Eds.). Philosophy in schools. New York, NY: Continuum International, 2008.

MAINARDES, J. Abordagem do ciclo de políticas: uma contribuição para a análise de políticas educacionais. Educação & Sociedade. Campinas, vol. 27, n. 94, p. 47-69, jan./abr. 2006.

MARTIN, J. R. The ideal of the educated person. Educational Theory, 31, 97-110, 1981.

MARTIN, J. R. Needed: A new paradigm for liberal education. In J. F. Soltis (Ed.), Philosophy and education (pp. 37-59). Chicago, University of Chicago Press, 1981.

MARTIN, J. R. Reclaiming a conversation: The ideal of the educated woman. New Haven, 1985.

MARTIN, J. R. Becoming educated: A journey of alienation or integration? In W. Hare, & J. P. Portelli (Eds.), Philosophy of education: Introductory readings (Revised 3rd ed., pp. 69-82). Calgary, Alberta: Detselig Enterprises, 1985/2001.

PEDRO, G.; MARSICO, J. Explorando os limites epistemológicos e políticos da BNCC para pensar possibilidades. Em Aberto. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Brasília, DF. v. 33, n. 107, p. 225-232. jan./abr. 2020.

PINTO, L.E., McDONOUGH, G. & BOYD, D. What would Socrates do? An exploratory study of methods, materials and pedagogies in high school philosophy. Journal of Teaching and Learning, 6 (1), 69-82, 2009.

POPKEWITZ, T. Estudos curriculares, história do currículo e teoria curricular: a razão da razão. Em Aberto. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Brasília, DF. v. 33, n. 107, p. 47-66. jan./abr. 2020.

RIBEIRO, F. G. B. A presença e a abordagem da Sociologia no Exame Nacional do Ensino Médio a partir das diretrizes e orientações curriculares oficiais para a disciplina. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública) – Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2020.

SANTOS, A. V. F.; FERREIRA, M. S. Currículo nacional comum: uma questão de qualidade? Em Aberto. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Brasília, DF. v. 33, n. 107, p. 27-42. jan./abr. 2020.

UNESCO. Intersectorial strategy for philosophy. Paris, 2005.

UNESCO. Philosophy: A school of freedom. Paris, 2007.




DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-40362023003103307

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2023 Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

Apoio:


Programa de Apoio às Publicacoes Cientificas (AED) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e tecnologico (CNPq), Ministerio da Educação (MEC), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)  

Revista chancelada pela Unesco. Revista parceira da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (ABAVE)

SCImago Journal & Country Rank