O que dizem os atores estratégicos sobre a relação entre o Sistema de Avaliação Educacional do Estado de Pernambuco e a qualidade educacional?

Maurílio Mendes da Silva, Zélia Maria Soares Jófili

Resumo


O presente artigo apresenta a análise do discurso de cinco diferentes atores educacionais estratégicos que compõem o percurso discursivo da política de avaliação educacional do estado de Pernambuco. A análise, embasada nos estudos de Fairclough, foca na resposta à seguinte questão: Quais as relações que você estabelece entre os índices do Saepe e a qualidade educacional? Observa-se que não há neutralidade nos discursos e, de forma consciente, ou não, há posicionamentos ideológicos subjacentes aos textos que são proferidos, inclusive sinalizando para a existência de embate contra-hegemônico em relação à mencionada política de avaliação.


Palavras-chave


Política de avaliação educacional; Análise do discurso; Qualidade educacional

Referências


AFONSO, A. J. Um olhar sociológico em torno da accountability em educação. In: ESTEBAN, M. T.; AFONSO, A. J. (orgs.). Olhares e interfaces: reflexões críticas sobre avaliação. São Paulo: Cortez, 2010. p. 147-170.

BALL, S. J. Diretrizes políticas globais e relações políticas locais em educação. Currículo sem Fronteiras, [s. l.], v. 1, n. 2, p. 99-116, jul./dez. 2001.

BALL, S. J. Performatividades e fabricações na economia educacional: rumo a uma sociedade performativa. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 35, n. 2, p.37-55, maio/ago. 2010.

BALL, S. J. Profissionalismo, gerencialismo e performatividade. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 35, n. 126. p. 539-564, set/dez. 2005. https://doi.org/10.1590/S0100-15742005000300002

BALL, S. J.; MAGUIRE, M.; BRAUN, A. Como as escolas fazem as políticas: atuação em escolas secundárias. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2016.

BASTOS, R. M. B. O papel dos testes padronizados na política educacional para o ensino básico nos Estados Unidos. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 26, n. 99, p .418-444, abr./jun. 2018. https://doi.org/10.1590/S0104-403620180026000993

BAUER, A. Uso de indicadores educacionais para a avaliação e monitoramento da qualidade da escola: possibilidades e desafios. In: SORDI, M. R. L.; VARANI, A.; MENDES, G. S. C. V. (orgs.). Qualidade(s) da escola pública: reinventando a avaliação como resistência. Uberlândia: Navegando, 2017. p. 69-82.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.

BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988.

CABRITO, B. G. Avaliar a qualidade em educação: avaliar o quê? Avaliar como? Avaliar para quê? Caderno Cedes, Campinas, v. 29, n. 78, p. 178-200, maio/ago. 2009. https://doi.org/10.1590/S0101-32622009000200003

CASASSUS, J. Uma nota crítica sobre a avaliação estandardizada: a perda de qualidade e a segmentação social. Sísifo / Revista de Ciências da Educação, Lisboa, n. 9, p. 71-78, maio/ago. 2009.

DALBEN, A.; ALMEIDA, L. C. Para uma avaliação em larga escala multidimensional. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo. v. 26, n. 61, p. 12-28, jan./abr. 2015. https://doi.org/10.18222/eae266103140

ESTÊVÃO, C. V. A qualidade da educação: suas implicações na política e na gestão pedagógica. RBPAE, Brasília, DF, v. 29, n. 1, p. 15-26, jan./abr. 2013. https://doi.org/10.21573/vol29n12013.42818

FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. 2. ed. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 2016.

FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2016.

GADOTTI, M. Qualidade na educação: uma nova abordagem. In: CONGRESSO DE EDUCAÇÃO BÁSICA: QUALIDADE NA APRENDIZAGEM – COEB, Florianópolis, 2013. [S.n. t.].

LUZ, D. C. S. F. Educação corporativa: a proposta empresarial no discurso e na prática. Rio de Janeiro: Gramma, 2018.

PASSONE, E. F. K. Da avaliação em larga escala ao furor avaliativo: a degradação do ato educativo. Quaestio, Sorocaba, v. 21, n. 3, p. 945-964, set./dez. 2019. https://doi.org/10.22483/2177-5796.2019v21n3p945-964

SÁ, V. Avaliação institucional de escolas de Educação Básica em Portugal: políticas, processos e práticas. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 26, n. 100, p. 801-821, jul./set. 2018. https://doi.org/10.1590/S0104-40362018002601163

SILVA, T. T. A “nova” direita e as transformações na pedagogia da política e na política da pedagogia. In: GENTILI, P. A. A.; SILVA, T. T. (orgs.). Neoliberalismo, qualidade total e educação: visões críticas. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2015. p. 9-29.

SORDI, M. R. L. A qualidade social da escola pública em confronto com a lógica dos reformadores empresariais. In: SORDI, M. R. L.; VARANI, A.; MENDES, G. S. C.az. (orgs.). Qualidade(s) da escola pública: reinventando a avaliação como resistência. Uberlândia: Navegando, 2017. p. 83-100.




DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-403620220003002574

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2020 Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

Apoio:


Programa de Apoio às Publicacoes Cientificas (AED) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e tecnologico (CNPq), Ministerio da Educação (MEC), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)  

Revista chancelada pela Unesco. Revista parceira da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (ABAVE)

SCImago Journal & Country Rank