Retirando das caixas os “nascidos livres”: a liberdade de escolher as identidades

Saloshna Vandeyar

Resumo


Este estudo de caso qualitativo como os estudantes “nascidos livres” negociam e representam suas identidades na África do Sul vinte anos após a democracia. O paradigma metateórico do construtivismo social e a metodologia da pesquisa narrativa foram utilizados. Os dados foram obtidos a partir de um conjunto de entrevistas semi-estruturadas e de notas de campo. A análise indutiva temática foi usada para a interpretação dos dados. Os resultados revelam que a diversidade demográfica dos alunos “nascidos livres” parece apontar para visões contraditórias sobre a identidade. Estudantes “nascidos livres” não possuíam visões específicas sobre a identidade de sua geração. A identidade racial ainda aparece como central. Alguns estudantes “nascidos livres” expressaram otimismos com a liberdade que suas identidades lhes provêm, enquanto outros ainda se sentiram constrangidos pela herança persistente do apartheird, transmitida pelo conhecimento “ de sangue”. Embora os estudantes “nascidos livres” não tenham vivenciado o apartheid, os aspectos físicos persistentes – como, por exemplo, as fronteiras geográficas – servem, para eles, como lembranças vivas de sua presença. Além de conscientes da dinâmica social e política do país, estes estudantes também começam a problematizar identidades que lhes são externamente impostas.


Palavras-chave


estudantes “nascidos livres”; conhecimento de sangue; identidade; fronteiras geográficas; herança histórica; justiça juvenil

Referências


BUTLER=KISBER, L. 2010. Qualitative inquiry: Thematic, narrative and arts-informed perspectives. Washington, DC: Sage.

CAWE, Z. N. 2014. The Born-Free Fallacy. http://www.bonfiire.com/stellenbosch/2014/03/the-born-free-fallacy/

ERICKSON, E., 1968. Identity Youth and Crisis. Norton, New York.

HALL, S., 1996a. New ethnicities. In: Morley, D., Kuan-Hsing, C. (Eds.), Stuart Hall: Critical Dialogues in Cultural Studies. Routledge, London.

HALL, S., 1996b. What is ‘black’ in black popular culture? In: Morley, D., Kuan-Hsing, C. (Eds.), Stuart Hall: Critical Dialogues in Cultural Studies. Routledge, London.

JANSEN, J.D. 2009. Knowledge in the Blood: Confronting Race and the Apartheid Past. Palo Alto, CA: Stanford University Press.

MAIMELA, D. 2014 Born frees do not exist. Mail & Guardian. Posted in Equality. News/Politics, January 2014

MARCIA, J.E., 1966. Development and validation of ego identity status. Journal of Personality and Social Psychology 3 (5), 551–558.

MARCIA, J.E., 1980. Identity in adolescence. In: Adelson, J. (Ed.), Handbook of Adolescent Psychology. John Wiley and Sons, New York, pp. 159–187.

MAYRING, P., 2000. Qualitative Content Analysis. Forum for Qualitative Research: Qualitative Social Research [On-line Journal], 1 (2). Available at: http://quali-tative-research.net/fqs/fqs-e/2-00inhalt-e.htm (accessed 26.03.10).

McMILLAN, J., & Schumacher, S. 2001. Research in education: A conceptual introduction. New York, NY: Longman.

MERRIAM, S.B., 1998. Qualitative Research and Case Study Applications in Education, Rev. ed. Jossey-Bass, San Francisco, CA.

MILES, M.B. & Huberman, A.M., 1994. Qualitative Data Analysis: An Expanded Sourcebook, 2nd ed. Sage, London & Thousand Oaks, CA.

MURRELL, P.C., 1999. Class and race in negotiating identity. In: Garrod, A., Ward, J., Robinson, T., Kilkenny, R. (Eds.), Souls Looking Back: Life Stories of Growing up Black. Routledge, USA, pp. 3–14.

NORGAARD, S. 2015. Rainbow Junction: South Africa's Born Free Generation and the Future of Democracy. Stanford Digital Repository. Available at: http://purl.stanford.edu/vv235mx1028.

PARHAM, T.A., 1989. Cycles of psychological nigrescence. The Counselling Psychologist 17 (2), 187–226.

PHINNEY, J.S. 1990. Ethnic identity in adolescents and adults: A review of research. Psychological Bulletin, 108, 499-514.

PHINNEY, J.S., Ong, A.D., 2007. Ethnic identity development in immigrant families. In: Lansford, J.E., Deater-Deckard, K.D., Bornstein, M.H. (Eds.), Immigrant Families in Contemporary Societies. Guilford Press, New York, pp. 137–156.

ROOT, M.P.P. & Kelley, M. 2003. Multiracial child resource book: Living complex identities. Seattle, WA: Mavin Foundation.

ROOT, M.P.P. 1998. “Experiences and Processes Affecting Racial Identity Development: Preliminary Results from the Biracial Sibling Project.” Cultural Diversity and Mental Health, 4, 237–247.

ROOT, M.P.P. 2003. “Racial Identity Development and Persons of Mixed Race Heritage.” In M.P.P. Root and M. Kelley (eds.), Multiracial Child Resource Book: Living Complex Identities. Seattle, Wash.: MAVIN Foundation, 2003.

SANDELOWSKI, M., 2000. Focus on Research Methods Whatever happened to qualitative description? Research in Nursing and Health 23, 334–340.




DOI: http://dx.doi.org/10.1590/s0104-40362019002702196

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2019 Revista Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

Apoio:


Programa de Apoio às Publicacoes Cientificas (AED) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e tecnologico (CNPq), Ministerio da Educação (MEC), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)  

Revista chancelada pela Unesco. Revista parceira da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (ABAVE)

SCImago Journal & Country Rank