O que mudou no desempenho educacional dos Institutos Federais do Brasil?

Rogério Severiano Dutra, Giselle Bezerra Mesquita Dutra, Paulo Henrique Nobre Parente, Edilson Paulo

Resumo


A pesquisa investigou os níveis diferenciados da proficiência obtida pelos Institutos Federais do Brasil no ENEM, pois se compreende que as políticas públicas adotadas nacionalmente para a Rede Federal de Ensino fortalecem ao longo do tempo a oferta de ensino. Para atendimento do objetivo proposto, a população estudada foi composta por todos os Institutos Federais do Brasil que divulgaram dados referentes à proficiência educacional obtida pelas médias das áreas do conhecimento do ENEM, por escola, extraídos do sítio eletrônico do INEP no período de 2011 a 2015. O percurso metodológico foi estabelecido por métodos estatísticos univariados de medidas de tendência central, de dispersão, de correlação e de comparação de médias entre as variáveis. Com base nos achados, verificou-se que o desempenho dos Institutos Federais do Brasil tende a ser crescente e significante no transcorrer dos anos, tanto quando avaliado como rede de ensino, quanto quando avaliado por região.


Palavras-chave


Teoria da função de produção; Desempenho educacional; Políticas públicas educacionais; ENEM

Referências


ADEODATO, P. J. L.; SANTOS FILHO, M. M.; RODRIGUES, R. L. Predição de desempenho de escolas privadas usando o ENEM como indicador de qualidade escolar. In: Anais do XXV Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. 2014. p. 891.

ALMEIDA, N. C. Análise dos determinantes da proficiência dos cursos de engenharia no ENADE 2011 e 2014. 39 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia, Administração, Atuariais, Contabilidade e Secretariado Executivo, Programa de Pós-graduação em Economia, Fortaleza, 2018.

AZEVEDO, S. Políticas públicas: discutindo modelos e alguns problemas de implementação. In. Políticas públicas e gestão local: programa interdisciplinar de capacitação de conselheiros municipais. Rio de Janeiro: Fase, p. 38-44, 2003.

BARROS, R. P. D.; MENDONÇA, R.; SANTOS, D. D. D.; QUINTAES, G. Determinantes do desempenho educacional no Brasil. Pesquisa Planejamento & Economia, Brasília, v. 31, n. 1, 2001.

BECHER, E. L.; TOMASI, F. M. A.; JUSTO, J. C. R. Provinha e prova Brasil de matemática nas práticas pedagógicas dos professores de matemática. Pesquisa em Foco, São Luís, vol. 23, n. 1, p. 59-81, Jan./Jun. 2018.

BELTRÃO, K. I.; MANDARINO, M. C. F. Evidências do ENADE - mudanças no perfil do matemático graduado. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.24, n. 91, p. 275-307, abr./jun. 2016.

BOWLES, S. Towards and educational production function. In: Hansen, W. L. (Ed). Education, income, and human capital. New York: National Bureau of Economic Research, p. 9-70, 1970. Disponível em: < http://www.nber.org/>. Acesso em: 09 nov. 2017.

COLEMAN, J.S.; CAMPBELL, E.Q.; HOBSON, C.; MCPARTLAND, J.; MOOD, A.; WEINFELD, F.; YORK, R. Equality of Educational Opportunity. Washington: US Government Print Office, 1966.

COTTA, T. C. Avaliação educacional e políticas públicas: a experiência do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Revista do Serviço Público, v. 52, n. 4, Out./dez., 2001.

ENEM. Matriz de referência. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. 2013. Disponível em: . Acesso em: 06 jan. 18.

FREY, K. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas Públicas (IPEA), Brasília, v. 21, p. 211-259, 2000.

HAGUETTE, A.; PESSOA, M. K. M.; VIDAL, E. M. Dez escolas, dois padrões de qualidade. Uma pesquisa em dez escolas públicas de Ensino Médio do Estado do Ceará. Ensaio: aval.pol.públ.Educ., Rio de Janeiro, v. 24, n. 92, p. 609-636, 2016.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Microdados. Brasília-DF, 2015. Acesso em: 09 nov. 2017. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/microdados

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Brasil no PISA 2015: análises e reflexões sobre o desempenho dos estudantes brasileiros / OCDE-Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Fundação Santillana, 2016.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Censo escolar da educação básica 2016: notas estatísticas. Brasília-DF, 2017. Acesso em: 09 nov. 2017. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/notas_estatisticas/2017/notas_estatisticas_censo_escolar_da_educacao_basica_2016.pdf.

LEE, V. Utilização e modelos hierárquicos lineares para estudar contextos sociais. In: BROOKE, N.; SOARES, J. F. (Ed.). Pesquisa em eficácia escolar: origem e trajetórias. Belo Horizonte: Editora UFMG, p. 273-298, 2008.

LOWI, T. J. Distribution, regulation, redistribution: The functions of government. Public policies and their politics: Techniques of government control, WW Norton New York, p. 27-40, 1966.

LUZ, L. S. Os determinantes do desempenho escolar: a estratificação educacional e o efeito valor adicionado. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, 15., Caxambú, 2006. Anais ... Caxambú: Associação Brasileira de Estudos Populacionais, 2006.

MARTINS, G.A.; THÉOPHILO, C.R. Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Editora Atlas, 2009.

MENALDO, B. E. A utilização do ENADE como métrica de qualidade dos cursos de ensino superior. 56 f. 2018. Dissertação (MPFE) – Escola de Economia de São Paulo.

OLIVEIRA, A. F. Políticas públicas educacionais: conceito e contextualização numa perspectiva didática. In: OLIVEIRA, A. F.; PIZZIO, A.; FRANÇA, G. Fronteiras da Educação: desigualdades, tecnologias e políticas. Editora da PUC Goiás, p. 93-99, 2010.

PAIVA, P. B., FREIRE, F. S.; FERNANDES, J. L. T. Avaliando o curso de Ciências Contábeis: uma visão dos alunos da UnB. Ensaio: aval.pol.públ.Educ., Rio de Janeiro, vol.20, no.74, p.89-113, 2012.

RAMOS, M. N. Ensino Médio na Rede Federal e nas Redes Estaduais: por que os estudantes alcançam resultados diferentes nas avaliações de larga escala? HOLOS, Rio Grande do Norte, v. 2, p. 449-459, 2018.

ROSISTOLATO, R.; PRADO, A. P.; MARTINS, L. R. A “realidade” de cada escola e a recepção de políticas educacionais. Ensaio: aval.pol.públ.Educ., Rio de Janeiro, vol. 26, n. 98, p.112-132, 2018.

SALGADO JUNIOR, A. P.; NOVI, J. C. Proposta de práticas administrativo-pedagógicas que possam contribuir para o desempenho dos alunos de escolas municipais do ensino fundamental na Prova Brasil. Ensaio: aval. pol. públ. educ., Rio de Janeiro, vol. 23, n. 88, p. 631-662, 2015.

SOARES, S.; SÁTYRO, N. O impacto de infra-estrutura escolar na taxa de distorção idade-série das escolas brasileiras de ensino fundamental: 1998 a 2005. Texto para Discussão, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2008.

SILVA, R. R. D. A individualização dos percursos formativos como princípio organizador das políticas curriculares para o Ensino Médio no Brasil. Ensaio: aval. pol. públ. educ., Rio de Janeiro, vol. 27, n. 103, p. 426-447, abr./jun. 2019

SILVA JUNIOR, A.; POLIZEL, C. E. G.; SOUZA, S.; SILVA, A. R. L.; SILVA, P. O. M.; SOUZA, S. P. Políticas públicas para a educação superior: a avaliação, a regulação e a supervisão de IES privadas em debate. Ensaio: aval.pol.públ.Educ., Rio de Janeiro, vol. 22, n. 82, p.215-240, 2014.

SLONIAK, M. A., QUINAGLIA, C. L., DAS DORES, M., DE LIRA, S. C. C. Politica pública de educação uma análise do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) no Distrito Federal. Universitas/JUS, v. 24, n. 1, p. 61-78, jan./jun., 2013.

TODD, P., WOLPIN, K. On the especification and estimation of the production function for cognitive achievement, In.: The Economic Journal. Oxford, v. 113, n.485, p. F3-F33, February, 2003.

TOFFOLI, S. L. F.; SIMON, C.V. B. A utilização do modelo multifacetas de Rasch na análise das influências dos avaliadores sobre as avaliações com itens abertos. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 26, n.101, p. 1303-1323, out./nov. 2018.

TRAVITZKI, R. ENEM: limites e possibilidades do Exame Nacional do Ensino Médio enquanto indicador de qualidade escolar. 322 f. 2013. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. doi:10.11606/T.48.2013.tde-28062013-162014. Acesso em: 2019-05-15.

WERLE, F. Políticas de avaliação em larga escala na educação básica: do controle de resultados à intervenção nos processos de operacionalização do ensino. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 19, n. 73, p. 769-792, 2011.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2019 Revista Ensaio: Avaliação e Politicas Públicas em Educação

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

Apoio:


Programa de Apoio às Publicacoes Cientificas (AED) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e tecnologico (CNPq), Ministerio da Educação (MEC), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)  

Revista chancelada pela Unesco. Revista parceira da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (ABAVE)

SCImago Journal & Country Rank