Estratégias para a coleta de evidências de validade de avaliações de sala de aula

Marcelo Coppi

Resumo


Até recentemente, o parâmetro da validade dos instrumentos de avaliação era interpretado como a capacidade deste em mensurar o que foi planejado para medir. Nessa perspectiva, a validade era determinada por padrões psicométricos, originários da avaliação dos testes de larga escala. Contudo, devido às condições particulares do contexto de sala de aula, torna-se necessária a adequação da validade das avaliações nesta perspectiva. Assim, este estudo, mediante uma breve revisão do estado da arte, apresenta o atual conceito de validade, aponta a incompatibilidade da aplicação desse conceito entre os testes de larga escala e as avaliações de sala de aula e apresenta estratégias de coleta de evidências de validade para a interpretação propícia e para o uso adequado dos resultados das avaliações de sala de aula.

Texto completo:

PDF

Referências


ALAM, M. J.; AKTAR, T. Large-scale educational assessment against classroom assessment: pedagogy and measurement paradigm in EFL classroom. Journal of Education & Social Policy, [S. l.], v. 7, n. 3, p. 160-167, 2020.

AMERICAN EDUCATIONAL RESEARCH ASSOCIATION; AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION; NATIONAL COUNCIL ON MEASUREMENT IN EDUCATION. Standards for educational and psychological testing. Washington, DC: AERA, 2014.

BLASS, L.; IRALA, V. B. Usar ou não usar rubricas? Um olhar para as práticas avaliativas a partir dos desempenhos discentes. Revista Insignare Scientia, [S. l.], v. 4, n. 4, p. 203-226, 2021.

BONNER, S. M. Validity in classroom assessment: purposes, properties, and principles. In: MCMILLAN, J. H. (ed.). SAGE handbook of research on classroom assessment. Thousand Oaks, CA: SAGE Publications, Inc., 2013. p. 87-106.

BROOKHART, S. M. The art and science of classroom assessment: the missing part of pedagogy. Washington, DC: The George Washington University, Graduate School of Education and Human Development, 1999.

BROOKHART, S. M. Developing measurement theory for classroom assessment purposes and uses. Educational Measurement: Issues and Practice, v. 22, n. 4, p. 5-12, 2003.

BROOKHART, S. M. Assessment theory for college classrooms. New Directions for Teaching and Learning, San Francisco, n. 100, p. 5-14, 2004.

BROOKHART, S. M. How to create and use rubrics for formative assessment and grading. Alexandria: ASCD, 2013.

COPPI, M. A.; FIALHO, I.; CID, M. Evidências de validade baseadas no conteúdo de um instrumento de avaliação da literacia científica. Cadernos de Pesquisa, [Rio de Janeiro], v. 29, n. 2, p. 99-127, 2022.

CRONBACH, L. J. Five perspectives on validation argument. In: WAINER, H.; BRAUN, H. (ed.). Test validit. Hillsdale, NJ: Erlbaum, 1988. p. 3-17.

CRONBACH, L. J.; MEEHL, P. E. Construct validity in psychological tests. Psychology Bulletin, [California], v. 52, n. 4, p. 281-302, 1955.

DEPRESBITERIS, L.; TAVARES, M. R. Diversificar é preciso...: instrumentos e técnicas de avaliação de aprendizagem. São Paulo: Senac São Paulo, 2009.

FERNANDES, D. Rubricas de avaliação. Lisboa: Ministério da Educação/Direção-Geral da Educação, 2021.

GIPPS, C. V. Beyond testing: towards a theory of educational assessment. Washington, DC: The Falmer Press, 2003.

GLASER, R. instructional technology and the measurement of learning outcomes: some questions. American Psychologist, Washington, DC, n. 18, p. 519-521, 1963.

KANE, M. T. Validation. In: BRENNAN, R. L. (ed.). Educational measurement. 4. ed. Washington, DC: Rowman and Littlefield Publishers Inc, 2006. p. 17-63.

KANE, M. T.; WOOLS, S. Perspectives on the validity of classroom assessments. In: BROOKHART, S. M.; MCMILLAN, J. H. (ed.). Classroom assessment and educational measurement. New York: Routledge, 2020. p. 11-26.

MCMILLAN, J. H. Establishing high quality classroom assessments. ERIC Document Reproduction Service, [New York], v. 429, n. 146, p. 1-15, 1999.

MESSICK, S. Validity. In: LINN, R. L. (ed.). Educational measurement. 3. ed. New York: Macmillan, 1989. p. 3-209.

MILLER, M. D.; LINN, R. L.; GRONLUND, N. E. Measurement and assessment in teaching. 10. ed. New Jersey: Pearson Education, 2009.

PASTORE, S.; ANDRADE, H. L. Teacher assessment literacy: a three-dimensional model. Teaching and Teacher Education, New York, v. 84, p. 128-138, 2019.

PHAKITI, A.; ISAACS, T. Classroom assessment and validity: psychometric and edumetric approaches. The European Journal of Applied Linguistics and TEFL, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 3-24, 2021.

POPHAM, W. J. Two-plus decades of educational objectives. International Journal of Educational Research, Oxford, v. 11, n. 1, p. 31-41, 1987.

POPHAM, W. J. Transformative assessment in action: an anside look at applying the process. Alexandria: ASCD, 2011.

POPHAM, W. J. Classroom assessment: what teachers need to know. 8. ed. Los Angeles: Pearson, 2017.

RUSSEL, M. K.; AIRASIAN, P. W. Classroom assessment: concepts and applications. New York: McGrall-Hill, 2008.

SCHUWIRTH, L. W. T.; VLEUTEN, C. P. M. van der. A plea for new psychometric models in educational assessment. Medical Education, [S. l.], v. 40, p. 296-300, 2006.

STIGGINS, R. J. Evaluating classroom assessment training in teacher education programs. Educational Measurement: Issues and Practice, [S. l.], v. 18, n. 1, p. 23-27, 1999.

STIGGINS, R. J. The unfulfilled promise of classroom assessment. Educational Measurement: Issues and Practice, [S. l.], v. 20, n. 3, p. 6-10, 2001.

WHITTINGTON, D. Making room for values and fairness: teaching reliability and validity in the classroom context. Educational Measurement: Issues and Practice, [S. l.], n. 18, p. 14-22, 1999.




DOI: http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v14i45.3825



Direitos autorais 2022 Fundação Cesgranrio

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

Principios Norteadores para o Avaliador

Guiding Principles for Evaluators American Evaluation Association (AEA)

Com o proposito de guiar o trabalho dos profissionais de avaliação e assegurar a etica de sua atuacao, a American Evaluation Association (AEA) - Associacao Profissional de Avaliadores - estabeleceu cinco principios norteadores aqui resumidos:

1.  Indagacao Sistematica, no que se refere à capacidade de coletar dados utilizando tecnicas apropriadas e comunicando metodos e abordagens com a devida transparencia para permitir acesso e critica.

2.  Competencia, no que se refere a demonstrar atuacao competente perante os envolvidos no processo avaliativo e desenvolver continuamente sua capacidade para alcancar o mais alto nivel de desempenho possivel.

3.  Integridade/Honestidade, no que se refere a assegurar honestidade e integridade ao longo de todo o processo avaliativo, negociando com os envolvidos e interessados na avaliação e buscando esclarecer e orientar procedimentos que venham provocar distorcoes ou indevidas utilizacoes.

4.  Respeito pelas pessoas, no que se refere ao respeito pela seguranca, dignidade e auto-valorizacao dos envolvidos no processo avaliativo, atuando sempre com etica profissional, evitando riscos e prejuizos que possam afetar os participantes para assegurar, o melhor possivel, o respeito às diferencas e o direito social de retorno dos resultados, aos envolvidos.

5.  Responsabilidade pelo bem estar geral e público, no que se refere a levar em consideracao a diversidade de interesses e valores que possam estar relacionados ao público em geral,buscando responder nao somente às expectativas mais imediatas, mas tambem às implicacoes e repercussoes mais amplas e, nesse sentido, disseminar a informacao sempre que necessario.

Indexado em:

  1. Miguilim - Diretório das revistas científicas eletrônicas brasileiras

  2. DOAJ - Directory of Open Access Journals

  3. EBSCO - Information Services

  4. Edubase

  5. Google Scholar

  6. Latindex - Sistema regional de información en línea para revistas científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal

  7. LivRe! - Portal do CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação

  8. OEI - Organizacion de Estados Iberoamericanos (Madri, Espanha, CREDI)

  9. RCAAP - Repositorio Cientifico de Acesso Aberto de Portugal

  10. REDIB - Red Iberoamericana de Innovación y Conocimiento Científico

  11. Scopus - A maior base de dados de abstracts e citacao de literatura revisada por pares:periodicos cientificos, livros e anais

 

Scimago

SJR : Scientific Journal Rankings

SCImago Journal & Country Rank
  
  

Meta: Aval., Rio de Janeiro, ISSN 2175-2753.