MACE: Medida de Avaliação da Composição Escrita no ensino básico português

Sofia Oliveira, Janete Silva Moreira, Ana Lúcia Agostinho, Ana Margarida Veiga Simão

Resumo


Enquanto sistema de comunicação, a escrita assume um papel central em diversos contextos, ocorrendo o seu ensino durante vários anos de escolaridade. Porém, a avaliação da escrita em língua portuguesa carece de instrumentos validados. Assim, procedeu-se ao estudo de precisão e validação da Medida de Avaliação da Composição Escrita (MACE), uma medida de observação construída para avaliar a composição escrita de textos narrativos no ensino básico. Participaram no estudo 280 alunos (M = 8.58 anos) de escolas públicas de Lisboa. A recolha de dados (560 textos narrativos) foi realizada em dois momentos, cumprindo o mesmo procedimento. Os resultados evidenciaram uma estabilidade da medida ao longo do tempo e uma precisão na avaliação por diferentes juízes. A validade de conteúdo da MACE e a sua sensibilidade ao nível de competência de escrita foram também demonstradas. Discutem-se implicações da utilização da MACE no desenvolvimento de avaliações compreensivas da composição escrita.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v11i33.2217



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Principios Norteadores para o Avaliador

Guiding Principles for Evaluators American Evaluation Association (AEA)

Com o proposito de guiar o trabalho dos profissionais de avaliação e assegurar a etica de sua atuacao, a American Evaluation Association (AEA) - Associacao Profissional de Avaliadores - estabeleceu cinco principios norteadores aqui resumidos:

1.  Indagacao Sistematica, no que se refere à capacidade de coletar dados utilizando tecnicas apropriadas e comunicando metodos e abordagens com a devida transparencia para permitir acesso e critica.

2.  Competencia, no que se refere a demonstrar atuacao competente perante os envolvidos no processo avaliativo e desenvolver continuamente sua capacidade para alcancar o mais alto nivel de desempenho possivel.

3.  Integridade/Honestidade, no que se refere a assegurar honestidade e integridade ao longo de todo o processo avaliativo, negociando com os envolvidos e interessados na avaliação e buscando esclarecer e orientar procedimentos que venham provocar distorcoes ou indevidas utilizacoes.

4.  Respeito pelas pessoas, no que se refere ao respeito pela seguranca, dignidade e auto-valorizacao dos envolvidos no processo avaliativo, atuando sempre com etica profissional, evitando riscos e prejuizos que possam afetar os participantes para assegurar, o melhor possivel, o respeito às diferencas e o direito social de retorno dos resultados, aos envolvidos.

5.  Responsabilidade pelo bem estar geral e público, no que se refere a levar em consideracao a diversidade de interesses e valores que possam estar relacionados ao público em geral,buscando responder nao somente às expectativas mais imediatas, mas tambem às implicacoes e repercussoes mais amplas e, nesse sentido, disseminar a informacao sempre que necessario.

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Meta: Aval., Rio de Janeiro, ISSN 2175-2753.