Bases epistemológicas da avaliação: entre saberes e práticas

Elaine Maria de Andrade Senra, Ligia Gomes Elliot, Laisa Raquel Bezerra da Silva, Tiago Magalhães Bastos

Resumo


Este artigo aborda a epistemologia da avaliação, explorando seus fundamentos teóricos e práticos; discute a ausência de uma definição única de avaliação e enfatiza a necessidade de um "pensamento avaliativo" rigoroso, conforme proposto por Patton, que integra reflexão, diálogo aberto e julgamento fundamentado. A avaliação é apresentada como uma atividade transdisciplinar, influenciada por diversos contextos e paradigmas epistemológicos, enriquecendo sua prática e contribuindo para decisões seguras e melhorias contínuas. O artigo explora ainda a relação entre epistemologia e avaliação, destacando que a avaliação é intrinsecamente vinculada ao conhecimento, examinando razões, evidências e critérios de validade; introduz os principais paradigmas de avaliação e suas conexões com a Árvore de Alkin; discute a integração das bases epistemológicas na elaboração de critérios e instrumentos avaliativos; aborda a integração de saberes e práticas avaliativas em um mundo em constante transformação. Nas considerações finais, o artigo argumenta que as diversas abordagens avaliativas devem estar ancoradas em uma realidade epistemológica sólida, fundamental para sustentar um processo avaliativo robusto e eficaz.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v16i51.4984



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Principios Norteadores para o Avaliador

Guiding Principles for Evaluators American Evaluation Association (AEA)

Com o proposito de guiar o trabalho dos profissionais de avaliação e assegurar a etica de sua atuacao, a American Evaluation Association (AEA) - Associacao Profissional de Avaliadores - estabeleceu cinco principios norteadores aqui resumidos:

1.  Indagacao Sistematica, no que se refere à capacidade de coletar dados utilizando tecnicas apropriadas e comunicando metodos e abordagens com a devida transparencia para permitir acesso e critica.

2.  Competencia, no que se refere a demonstrar atuacao competente perante os envolvidos no processo avaliativo e desenvolver continuamente sua capacidade para alcancar o mais alto nivel de desempenho possivel.

3.  Integridade/Honestidade, no que se refere a assegurar honestidade e integridade ao longo de todo o processo avaliativo, negociando com os envolvidos e interessados na avaliação e buscando esclarecer e orientar procedimentos que venham provocar distorcoes ou indevidas utilizacoes.

4.  Respeito pelas pessoas, no que se refere ao respeito pela seguranca, dignidade e auto-valorizacao dos envolvidos no processo avaliativo, atuando sempre com etica profissional, evitando riscos e prejuizos que possam afetar os participantes para assegurar, o melhor possivel, o respeito às diferencas e o direito social de retorno dos resultados, aos envolvidos.

5.  Responsabilidade pelo bem estar geral e público, no que se refere a levar em consideracao a diversidade de interesses e valores que possam estar relacionados ao público em geral,buscando responder nao somente às expectativas mais imediatas, mas tambem às implicacoes e repercussoes mais amplas e, nesse sentido, disseminar a informacao sempre que necessario.

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