O Sistema Internacional de Informação Nuclear e sua base de dados: um estudo avaliativo

Sergio Negri Ferreira, Ovidio Orlando Filho

Resumo


A base bibliográfica INIS – Sistema Internacional de Informação Nuclear – desenvolvida pela Agência Internacional de Energia Atômica, é considerada a fonte mundial mais completa sobre a literatura técnico-científica na área nuclear. Atualizada com a colaboração mundial de 155 países e organizações internacionais, tem como representante único, no Brasil, o Centro de Informações Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear. O estudo teve por objetivo avaliar o grau de utilização e o nível de satisfação dos alunos dos cursos de pós-graduação na área nuclear, oferecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, em relação à base INIS. Adotou-se a abordagem centrada nos consumidores, com foco em três categorias - Relação do Aluno com a Base INIS, Funcionalidades Gerais do Sistema e Recuperação da Informação – e respectivos indicadores. O instrumento de avaliação utilizado foi um questionário, composto de 28 itens fechados e cinco itens abertos, construído com base em estudos da literatura e na experiência do próprio autor. Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva com a elaboração de tabelas e gráficos, seguidos de sua interpretação. Os resultados evidenciaram que o grau de utilização do Sistema Internacional de Informação Nuclear pelos alunos é baixo, sendo o desconhecimento da base, como fonte para a busca da literatura técnico-científica na área nuclear, um dos principais motivos de sua pouca ou nenhuma utilização. Em relação às Funcionalidades Gerais do Sistema, o nível de satisfação foi médio, com destaque para a deficiência no recurso de ajuda, como ponto negativo. Em relação à Recuperação da Informação, o estudo apontou um nível de satisfação alto, com destaque para a variedade dos tipos de documentos e de assuntos, a rapidez da busca e o grande volume de itens. A baixa utilização e conhecimento da base INIS, em contraponto ao alto nível de satisfação em relação ao sistema, é um forte indicativo da necessidade de revisão do processo de divulgação da base, nos cursos de pós-graduação da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Texto completo:

PDF

Referências


AHMED, Zabed S. M.; McKNIGHT, Cliff; OPPENHEIM, Charles. A study of users performance and satisfaction with the Web of Science IR interface. Journal of Information Science, Cambridge, v. 30, n. 5, p. 459-468, 2004.

ANDRADE, Inêz Barcellos de; LIMA, Maria Cristina Miranda. Manual para elaboração e apresentação de trabalhos científicos: artigo científico. Campos de Goytacazes: Fundação Benedito Pereira Nunes: Faculdade de Medicina de Campos, 2007. Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2019.

ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila et al. A contribuição de F. W. Lancaster para a ciência da informação no Brasil. Revista Ponto de Acesso, Salvador, v. 3, n. 2, p. 132-146, ago. 2009. Disponível em: . Acesso em: 24 jun. 2018.

BARREIRO, Selma Chi; QUEIROZ, Gilda Gama de. Incorporação automática de informações brasileiras no Sistema Internacional de Informação Nuclear (INIS). Revista de Biblioteconomia de Brasília, Brasília, DF, v. 8, n. 2, p. 118-130, jul./dez. 1980. Disponível em: . Acesso em: 12 ago. 2018.

BRASIL. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Plataforma Sucupira. Discentes, Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: . Acesso em: 14 ago. 2018.

CAMPOS, Lucila Maria de Souza; ANDION, Maria Carolina Martinez. Avaliação de projetos sociais em organizações da sociedade civil: um estudo sobre concepções e práticas. In: ENCONTRO DA ANPAD, 35., 2011, Rio de Janeiro. Trabalhos apresentados... Rio de Janeiro: ANPAD, 2011. Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2019.

CARDOSO, Elieser de Moura. Energia nuclear e suas aplicações. 3. ed. Rio de Janeiro: CNEN, 2012. Disponível em: . Acesso em: 27 jul. 2019.

CENTRO DE INFORMAÇÕES NUCLEARES. Facebook. [S.l.], 2019. Disponível em: . Acesso em: 9 maio 2019.

CHIANCA, Thomas; MARINO, Eduardo; SCHIESARI, Laura. Desenvolvendo a cultura de avaliação em organizações da sociedade civil. São Paulo: Global Ed., 2001.

COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR (Brasil). Quem somos?. Página inicial, Brasília, DF, [2018]. Disponível em: . Acesso em: 7 out. 2017.

______. Relatório de gestão do exercício de 2016. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: . Acesso em: 12 ago. 2018.

CRUZ, Marly; MOREIRA, Elizabeth. O que são modelos de avaliação?. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2015. Disponível em: . Acesso em: 27 out. 2015.

CUNHA, Murilo Bastos da. Bases de dados no Brasil: um potencial inexplorado. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 18, n. 1, p. 45-57, jan./jun. 1989. Disponível em: . Acesso em: 12 dez. 2018.

DANTAS, Vera. CIN: 45 anos disseminando o conhecimento técnico-cientifico. Brasil Nuclear: Informativo da Associação Brasileira de Energia Nuclear, Rio de Janeiro, ano 20, n. 44, p. 8-12, 2015. Disponível em: . Acesso em: 5 dez. 2018.

ELLIOT, Lígia Gomes (Org.). Instrumentos de avaliação e pesquisa: caminhos para construção e validação. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.

ELLIOT, Lígia Gomes; HILDENBRAND, Luci; BERENGER, Mercêdes Moreira. Questionário. In: ELLIOT, Lígia Gomes (Org.). Instrumentos de avaliação e pesquisa: caminhos para construção e validação. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.

UNITED STATES OF AMERICA. Department of Energy. Atomic energy act of 1954: policy of commission. Washigton: Government Publishing Office, 1954. Disponível em: . Acesso em: 14 ago. 2018.

FARAH, Rima. Avaliação da qualidade do instrumento de avaliação de desempenho de educadores em saúde do consórcio brasileiro de acreditação. 2014. 63 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Avaliação) - Fundação Cesgranrio, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2019.

FERREIRA, Mônica. O curso de formação de tutores da Universidade Federal do Rio de Janeiro: uma avaliação na visão de seus egressos. 2017. 81 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Avaliação) - Fundação Cesgranrio, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2019.

GARVEY, William D. Communication: the essence of science. New York: Pergamon Press, 1979.

GROSS, Bernhard. Sistema Internacional de Informações Nucleares (SIIN). [S.l.: s.n.], 1968.

______. Tendências atuais e futuras da informação científica. Atomic Energy Review, Vienna, AT, v. 4, Edição Comemorativa, p. 85, 1967.

GROSSMANN, Luiz. O uso de bases de dados no gerenciamento estratégico e empresarial. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 8, n. 4, p. 95-100, out./dez. 1994.

INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. INIS progress and activities report 2017. Vienna, [2018]. Disponível em: . Acesso em: 13 ago. 2018.

______. International nuclear Information System (INIS). Vienna, 2019. Disponível em: . Acesso em: 7 jun. 2019.

______. The statute of the IAEA. Statute, Vienna, 1990. Disponível em: . Acesso em: 7 out. 2017.

LAMBERT, Maria Betânia Monte Alto. Manual de coleta de documentos para alimentação da base de dados INIS. Rio de Janeiro: CNEN, 1999. Disponível em: . Acesso em: 18 nov. 2018.

______. Metodologia de coleta para alimentação de uma base de dados em energia nuclear. 1996. 101 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1996. Disponível em: . Acesso em: 18 nov. 2018.

LANCASTER, Frederick Wilfrid. Indexação e resumos: teoria e prática. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2004.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2010.

MARINO, Eduardo. Manual de avaliação de projetos sociais. São Paulo: Saraiva; Instituto Ayrton Senna, 2003.

MARTÍN-ARRIBAS, M. C. Diseño y validación de cuestionários. Matronas Profesión, Madrid, v. 5, n. 17, p. 23-29, 2004. Disponível em: . Acesso em: 26 fev. 2019.

MARZO, Marco Antônio Saraiva; ALMEIDA, Silvio Gonçalves de. A evolução do controle de armas nucleares: desarmamento e não-proliferação. Rio de Janeiro: Ed. Ciência Moderna Ltda., 2006.

MESQUITA, Rosa et al. Elaboração e aplicação de instrumentos para avaliação da base de dados Scopus. Perspect. Ciênc. Inf., Belo Horizonte, v. 11, n. 2, p. 187-205, maio/ago. 2006. Disponível em: . Acesso em: 30 abr. 2019.

NOGUEIRA, Eleonora Folly; LAMBERT, Maria Betânia Monte Alto; QUADROS, André Luiz Lopes. A formação da base INIS: cooperação internacional para acesso ao conhecimento nuclear. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 23., 2009, Bonito, MS. Trabalhos apresentados... Bonito, MS: APB/MS, 2009. Disponível em: . Acesso em: 21 nov. 2018.

POBLACIÓN, Dinah Aguiar. Literatura cinzenta ou não convencional: um desafio a ser enfrentado. Revista Ci. Inf., Brasília, DF, v. 21, n. 3, p. 243-246, set./dez. 1992. Disponível em: . Acesso em: 24 jun. 2018.

SILVA, Maria da Gloria dos Santos da. Avaliação das bases de dados da biblioteca de história das ciências e da saúde da Fiocruz. 2013. 64 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Avaliação) - Fundação Cesgranrio, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: . Acesso em: 15 maio 2019

SILVA, Mariana Ferreira de Mello. Avaliação da qualidade do curso de mestrado do COPPEAD, da Universidade Federal do Rio de Janeiro: a percepção de mestrandos. 2015. 72 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Avaliação) – Fundação Cesgranrio, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: . Acesso em: 3 jun. 2019.

TODESCHINI, Claudio. The International Nuclear Information System (INIS): the first forty years 1970-2010. Vienna, AT: IAEA, 2010. Disponível em: . Acesso em: 19 nov. 2018.

VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Estrutura de bases de dados: modelos de metadados e a qualidade de resposta. Transinformação, Campinas, SP, v. 13, n. 1, p. 67-80, jan./jun. 2001. Disponível em: . Acesso em: 12 dez. 2018.

VASCONCELLOS-GUEDES, Liliana; GUEDES, Luís Fernando Ascenção. Esurveys: vantagens e limitações dos questionários eletrônicos via internet no contexto da pesquisa científica. In: SEMEAD: SEMINÁRIO EM ADMINISTRAÇÃO FEA/USP, 10., 2007, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 2007. Disponível em: . Acesso em: 8 abr. 2019.

WORTHEN, Blaine R.; SANDERS, James R.; FITZPATRICK, Jody L. Avaliação de programas: concepções e práticas. São Paulo: Editora Gente, 2004.




DOI: http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v0i0.4822



Direitos autorais 2024 Fundação Cesgranrio

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

Principios Norteadores para o Avaliador

Guiding Principles for Evaluators American Evaluation Association (AEA)

Com o proposito de guiar o trabalho dos profissionais de avaliação e assegurar a etica de sua atuacao, a American Evaluation Association (AEA) - Associacao Profissional de Avaliadores - estabeleceu cinco principios norteadores aqui resumidos:

1.  Indagacao Sistematica, no que se refere à capacidade de coletar dados utilizando tecnicas apropriadas e comunicando metodos e abordagens com a devida transparencia para permitir acesso e critica.

2.  Competencia, no que se refere a demonstrar atuacao competente perante os envolvidos no processo avaliativo e desenvolver continuamente sua capacidade para alcancar o mais alto nivel de desempenho possivel.

3.  Integridade/Honestidade, no que se refere a assegurar honestidade e integridade ao longo de todo o processo avaliativo, negociando com os envolvidos e interessados na avaliação e buscando esclarecer e orientar procedimentos que venham provocar distorcoes ou indevidas utilizacoes.

4.  Respeito pelas pessoas, no que se refere ao respeito pela seguranca, dignidade e auto-valorizacao dos envolvidos no processo avaliativo, atuando sempre com etica profissional, evitando riscos e prejuizos que possam afetar os participantes para assegurar, o melhor possivel, o respeito às diferencas e o direito social de retorno dos resultados, aos envolvidos.

5.  Responsabilidade pelo bem estar geral e público, no que se refere a levar em consideracao a diversidade de interesses e valores que possam estar relacionados ao público em geral,buscando responder nao somente às expectativas mais imediatas, mas tambem às implicacoes e repercussoes mais amplas e, nesse sentido, disseminar a informacao sempre que necessario.

Indexado em:

  1. Miguilim - Diretório das revistas científicas eletrônicas brasileiras

  2. DOAJ - Directory of Open Access Journals

  3. EBSCO - Information Services

  4. Edubase

  5. Google Scholar

  6. Latindex - Sistema regional de información en línea para revistas científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal

  7. LivRe! - Portal do CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação

  8. OEI - Organizacion de Estados Iberoamericanos (Madri, Espanha, CREDI)

  9. RCAAP - Repositorio Cientifico de Acesso Aberto de Portugal

  10. REDIB - Red Iberoamericana de Innovación y Conocimiento Científico

  11. Scopus - A maior base de dados de abstracts e citacao de literatura revisada por pares:periodicos cientificos, livros e anais

 

Scimago

SJR : Scientific Journal Rankings

SCImago Journal & Country Rank
  
  

Meta: Aval., Rio de Janeiro, ISSN 2175-2753.