Avaliação da Educopédia como reforço de aprendizagem nos Ginásios Experimentais Cariocas

Maria Cecília Alves Galvão, Lígia Silva Leite

Resumo


Este estudo teve por objetivo avaliar o uso pedagógico da Educopédia nos Ginásios Experimentais Cariocas (GECs), especificamente nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, do 9º ano do Ensino Fundamental. A plataforma das aulas digitais surgiu a partir da necessidade de se ofertar reforço digital, bem como ser mais um apoio aos professores para melhorar a qualidade da educação, no município do Rio de Janeiro. A avaliação formativa foi adotada neste estudo, de natureza predominantemente qualitativa, seguindo os parâmetros de Scriven para responder as perguntas avaliativas propostas. Os participantes da avaliação foram os alunos e professores do 9º ano, das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, pertencentes ao quadro funcional da Secretaria Municipal de Educação, dos GECs. A avaliação foi orientada para a verificação das competências de aprendizagem nestas duas disciplinas. Para completar a análise e contextualizar o desempenho, foi feito um confronto com os resultados obtidos pelos alunos nas provas bimestrais, no ano de 2011. A avaliação foi realizada mediante a utilização de dois questionários, elaborados pela autora, autoaplicáveis, combinando questões de respostas abertas e fechadas. Eles foram respondidos individualmente por 28 professores regentes da rede municipal e 630 alunos. Os resultados indicam, dentre outros, que o uso pedagógico da Educopédia: (a) contribuiu para o processo de aprendizagem escolar não como reforço, mas como ferramenta de enriquecimento do trabalho pedagógico; (b) gerou mudanças no planejamento dos professores; (c) não revelou evidências significativas de melhoria de desempenho dos alunos.

Texto completo:

PDF

Referências


ADRIÃO, T. Oferta do ensino fundamental em São Paulo: um novo modelo. Educação e Sociedade. Campinas, SP, v. 29, n. 102, jan./abr. 2008. Disponível em: . Acesso em: jun. 2011.

ALMEIDA, F. J. Aprendizagem colaborativa: o professor e o aluno ressignificados: educação a distância: formação de professores em ambientes virtuais e colaborativos de aprendizagem. São Paulo: [s.n.], 2001.

ANDRADE, A. F. de et al. Modelando ambientes de aprendizagem a distância baseado no uso de mídias integradas: um estudo de caso. In: CONGRESSO ABED, nº 8., 2001, Brasília. Anais... Porto Alegre: FACIN: Unidade de Educação a Distância: PUCRS Virtual, 2001. Disponível em: . Acesso em: out. 2011.

ARELARO, L. R. G. O ensino fundamental no Brasil: avanços, perplexidades e tendências. Educação e Sociedade. Campinas, SP, v. 26, n. 92, out. 2005. Disponível em: . Acesso em: 25 jun. 2011.

AZEVEDO, J. M. L. A educação como política pública. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.

______. Implicações da nova lógica de ação do estado para a educação municipal. Educação e Sociedade, SP, v. 23, n. 80, set. 2002. Disponível em: . Acesso em: jun. 2011.

BEHAR, P.; BASSANI, P. S. Avaliação da aprendizagem em ambientes virtuais. In: Behar, P. et al. Modelos pedagógicos em educação a distância. Porto Alegre: Artmed, 2009. p. 93-113.

BELLONI, M. L. Educação a distância. Campinas, SP: Associados, 1999.

______. O que é mídia e educação. Campinas, SP: Autores Associados, 2001.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996.

______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília, DF, 1997.

CHIANCA, T. K. Avaliando programas sociais: conceitos, princípios e práticas. In: CHIANCA, T. K; M. E; SCHIESARI, L. (Org.). Desenvolvendo a cultura de avaliação em organizações da sociedade civil. São Paulo: Global, 2011. p. 15-84.

CURY, C. R. J. Lei de diretrizes e bases da educação: Lei 9394/96. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

DELORS, J. et al. Educação um tesouro a descobrir: relatório para Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Cortez, 1998.

EDUCOPÉDIA. Rio de Janeiro, [2010]. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2011.

FERREIRA, L. de F. Ambiente de aprendizagem construtivista. Porto Alegre, 2001. Disponível em: . Acesso em: 10 jun. 2011.

FLEURY, A.; FLEURY, M. T. L. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeça caleidoscópio da indústria brasileira. São Paulo: Atlas, 2000.

FREITAS, A. V.; LEITE, L. S. Com giz e laptop: da concepção à integração de políticas públicas de informática. Rio de janeiro: Wak, 2011.

FREITAS, L. C. de. Eliminação adiada: o ocaso das classes populares no interior da escola e a ocultação da (má) qualidade do ensino. Educação e Sociedade, Campinas, SP, v. 28, n.100, 2007. Disponível em: . Acesso em: 21 jul. 2008.

______. A internalização da exclusão. Educação e Sociedade, Campinas, SP,v. 23, n. 80, 2002. Disponível em: . Acesso em: 21 Jul. 2008.

FRIGOTTO, G. Os delírios da razão: crise do capital e metamorfose conceitual no campo educacional. In: GENTILI, P. (Org.). Pedagogia da exclusão: crítica ao neoliberalismo em educação. Petrópolis: Vozes, 1995.

HAGUENAUER, C. Ambiente colaborativo na internet. Revista Mídia e Educação. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: . Acesso em: set. 2011.

INEP. Prova Brasil. Brasília, DF, 2011. Disponível em: . Acesso em: nov. 2011.

KLEIN, R. Como está a educação no Brasil? O que fazer? Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 51, p. 139-172, abr./jun. 2006. Disponível em: . Acesso em: set. 2011.

KLEIN, R.; RIBEIRO, S. C. O censo educacional e o modelo de fluxo: o problema da repetência. Revista Brasileira de Estatística, Rio de Janeiro, v. 52, n. 197/198, p. 5- 45, jan./dez.1991. Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2011.

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.

LOCATELLI, I. Ouvindo vozes de professores durante o percurso da multiplicação. 1998. Tese (Doutorado em Educação) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1998.

LOCH, M. Como elaborar instrumentos de avaliação na Unisulvirtu. Palhoça: Unisul Virtual, 2006.

MARTINS, A. M. Autonomia da escola: a (ex)tensão do tema nas políticas públicas. São Paulo: Cortez, 2003.

______. A descentralização como eixo das reformas do ensino: uma discussão da literatura. Educação e Sociedade. Campinas, n. 77, dez. 2001. Disponível em:. Acesso em: out. 2011.

MORAES, M. C. O paradigma educacional emergente. Campinas, SP: Papirus, 1997.

MORAN, J. M. Como utilizar a Internet na educação. Brasília, DF, maio/ago. 1997. Disponível em: . Acesso em: set. 2011.

MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 7. ed. Campinas, SP: Papirus, 2006.

NASCIMENTO, A. C. de A. Princípios de design na elaboração de material multimídia para Web. São Paulo, 2006. Disponível em: . Acesso em: set. 2011.

PÉREZ GÓMEZ, A. O pensamento prático do professor: a formação do professor como profissional reflexivo. In: NÓVOA, A. (Org.). Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992. p. 95-114.

PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Tradução por Bruno Charles Magne. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

PINHEIRO, M. A. Estratégias para design instrucional de cursos: um estudo de caso. 2002. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. Disponível em: . Acesso em: out. 2011.

RIO DE JANEIRO (RJ). Decreto nº. 33.649, de 11 de abril de 2011. Consolida a legislação que dispõe sobre o Programa Ginásio Carioca e dá outras providências. Diário Oficial do Município, Rio de Janeiro, 12 abr. 2011.

______. Secretaria Municipal de Educação. Dados do Provão e do analfabetismo funcional. Rio de Janeiro, 2010a. Disponível em: . Acesso em: out. 2010.

______. Secretaria Municipal de Educação. A educação carioca. Rio de Janeiro, 2010b. Disponível em: . Acesso em: out. 2010.

______. Secretaria Municipal de Educação. Multieducação: núcleo curricular básico. Rio de Janeiro, 1996.

______. Secretaria Municipal de Educação. A plataforma de aulas digitais será a principal ferramenta pedagógica do Ginásio Carioca. Rio de Janeiro, 2010c. Disponível em: Acesso em: out. 2010.

______. Secretaria Municipal de Educação. Resolução nº 560, de 11 de janeiro de 1996. Dispõe sobre o funcionamento das salas de leitura nas unidades escolares oficiais da Rede Municipal de Ensino e dá outras providências. Diário Oficial do Município, Rio de Janeiro, 12 jan. 1996.

______. Secretaria Municipal de Educação. Resolução nº 1.072, de 31 de março de 2010. Dispõe sobre a estrutura e o funcionamento das salas de leitura nas unidades escolares da Rede Pública do Sistema Municipal de Ensino do Rio de Janeiro e dá outras providências. Diário Oficial do Município, Rio de Janeiro, 01 abr. 2010d.

SAMPAIO, N. S.; LEITE, L. S. Alfabetização tecnológica do professor. Petrópolis: Vozes, 2010.

SCRIVEN, M.. Evaluation as a paradigm for educational research. In: HOUSE, Ernest R. (Ed.). New directions in educational evaluation. Philadelphia: The Falmer Press, 1986. p. 53 - 68. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2011.

SILVA, A. C.; SILVA, C. M. T. Do diagnóstico às questões avaliativas: um caminho possível via prática de avaliação em educação a distância. Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação, Rio de Janeiro, v. 17, n. 63, p. 293-312, abr./jun. 2009.

SILVA, C. M. T. Afinal o que é avaliação? In: SILVA, A. C. Avaliação e pesquisa: conceitos e reflexões. Rio de Janeiro: Multifoco, 2010. p. 39-58.

TEIXEIRA, A. Educação não é privilégio. 6. ed. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2002.

WORTHEN, B. R.; SANDERS, J. R.; FITZPATRICK, J. L. Avaliação de programas: concepções e práticas. Tradução Dinah de Abreu Azevedo. São Paulo: Ed. Gente, 2004.




DOI: http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v0i0.4806

Bookmark and Share


Direitos autorais 2024 Fundação Cesgranrio

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

Principios Norteadores para o Avaliador

Guiding Principles for Evaluators American Evaluation Association (AEA)

Com o proposito de guiar o trabalho dos profissionais de avaliação e assegurar a etica de sua atuacao, a American Evaluation Association (AEA) - Associacao Profissional de Avaliadores - estabeleceu cinco principios norteadores aqui resumidos:

1.  Indagacao Sistematica, no que se refere à capacidade de coletar dados utilizando tecnicas apropriadas e comunicando metodos e abordagens com a devida transparencia para permitir acesso e critica.

2.  Competencia, no que se refere a demonstrar atuacao competente perante os envolvidos no processo avaliativo e desenvolver continuamente sua capacidade para alcancar o mais alto nivel de desempenho possivel.

3.  Integridade/Honestidade, no que se refere a assegurar honestidade e integridade ao longo de todo o processo avaliativo, negociando com os envolvidos e interessados na avaliação e buscando esclarecer e orientar procedimentos que venham provocar distorcoes ou indevidas utilizacoes.

4.  Respeito pelas pessoas, no que se refere ao respeito pela seguranca, dignidade e auto-valorizacao dos envolvidos no processo avaliativo, atuando sempre com etica profissional, evitando riscos e prejuizos que possam afetar os participantes para assegurar, o melhor possivel, o respeito às diferencas e o direito social de retorno dos resultados, aos envolvidos.

5.  Responsabilidade pelo bem estar geral e público, no que se refere a levar em consideracao a diversidade de interesses e valores que possam estar relacionados ao público em geral,buscando responder nao somente às expectativas mais imediatas, mas tambem às implicacoes e repercussoes mais amplas e, nesse sentido, disseminar a informacao sempre que necessario.

Indexado em:

  1. Miguilim - Diretório das revistas científicas eletrônicas brasileiras

  2. DOAJ - Directory of Open Access Journals

  3. EBSCO - Information Services

  4. Edubase

  5. Google Scholar

  6. Latindex - Sistema regional de información en línea para revistas científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal

  7. LivRe! - Portal do CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação

  8. OEI - Organizacion de Estados Iberoamericanos (Madri, Espanha, CREDI)

  9. RCAAP - Repositorio Cientifico de Acesso Aberto de Portugal

  10. REDIB - Red Iberoamericana de Innovación y Conocimiento Científico

  11. Scopus - A maior base de dados de abstracts e citacao de literatura revisada por pares:periodicos cientificos, livros e anais

 

Scimago

SJR : Scientific Journal Rankings

SCImago Journal & Country Rank
  
  

Meta: Aval., Rio de Janeiro, ISSN 2175-2753.