Intenção de rotatividade em uma empresa de prestação de serviços de limpeza hospitalar: um estudo avaliativo

Tânia Russo Machado, Maria de Lourdes Sá Earp de Mello e Silva

Resumo


A redução da intenção de rotatividade se torna um objetivo e um desafio para as empresas de terceirização de serviços na medida em que pode evitar a evasão de funcionários. O desafio aumenta quando o trabalho é desempenhado em uma organização diferente da empresa de origem contratual do funcionário. Este estudo teve como objetivo avaliar em que medida o contexto de trabalho de uma empresa de prestação de serviços, na visão do trabalhador terceirizado, está associado com a intenção de rotatividade a partir de três aspectos: organização do trabalho, condições de trabalho e relações de socioprofissionais de trabalho, a partir de três questões avaliativas. O local do estudo foi uma Empresa de Prestação de Serviços que atua na área da limpeza profissional em um hospital de grande porte da cidade do Rio de Janeiro. Participaram do estudo, 100 empregados ocupantes do cargo de auxiliares de serviços gerais. A abordagem avaliativa utilizada foi a centrada na administração. Para a coleta de dados foram utilizadas duas escalas psicométricas, uma avalia o contexto de trabalho e, outra, a Intenção de rotatividade, ambas testadas e validadas pelos autores. Também foi utilizado um questionário para coleta de dados pessoais e uma pergunta aberta para saber as razões que levam o profissional a escolher trabalhar em empresas de prestação de serviços. Os resultados do estudo avaliativo demonstraram, no momento da avaliação, que o contexto de trabalho, na visão do trabalhador terceirizado, não está associado com a intenção de rotatividade. O baixo índice de intenção de rotatividade pode ser atribuído à baixa oferta de emprego no mercado de trabalho e a percepção dos terceirizados do trabalho como uma oportunidade de emprego.

Texto completo:

PDF

Referências


AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (Anvisa). Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. Brasília, DF: Anvisa, 2010.

______. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. Brasília, DF: Anvisa, 2012.

AJZEN, Icek. Attitudes, personality, and behavior. 2. ed. New York: Open University Press; McGraw-Hill Education, 2005.

ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In.: SADER, E.; GENTILI, P. (Org.). Pós-Neoliberalismo: as políticas sociais e o estado democrático. São Paulo: Paz e Terra, 1995. p. 9-23.

ARAÚJO, Andrea P. et al. Condições de trabalho do pessoal de um serviço terceirizado de limpeza hospitalar no ano de 2007. Saúde Coletiva, São Paulo, v. 6, n. 34, p. 244-248. 2009.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1988.

BARROS, Adriana R. A rotatividade no cargo de ajudante de carga e descarga em uma empresa estatal brasileira: um estudo avaliativo. 79 f. 2016 Dissertação (Mestrado profissional em Avaliação) – Fundação Cesgranrio, Rio de Janeiro, 2016.

BEDEIAN, Arthur G et al. Career commitment and expected utility of present job as predictors of turnover intentions and turnover behavior. Journal of Vocational Behavior, [S.l.], v. 39, n. 3, p. 331–343, 1991.

BISQUERRA, Rafael. Métodos de investigación educativa: guía práctica. Barcelona: CEAC, 1989.

BOURDIEU, Pierre. A miséria do mundo. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

BRANHAM, Leigh. Motivando as pessoas que fazem a diferença: 24 maneiras de manter os talentos de sua empresa. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

BRASIL, Haroldo G. A empresa e a estratégia da terceirização. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 33, n. 2, p. 6-11, 1993.

BRASIL. Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985. Institui o Vale-Transporte e dá outras providências. [Diário Oficial da União], Brasília, DF, 17 dez. 1985.

______. Ministério do Trabalho e do Emprego. Portaria nº 485, de 11 de novembro de 2005. Aprova a norma regulamentadora nº 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde). [Diário Oficial da União], Brasília, DF, 16 nov. 2005.

______. Tribunal Superior do Trabalho. Súmula de jurisprudência, enunciado nº 331. (Contrato de prestação de serviços. Legalidade). DEJT 27, 30 e 31 maio 2011. Disponível em: . Acesso em: 16 ago. 2014.

CANSIAN, Tânia Mara. A enfermagem e controle da infecção cruzada. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, DF, v. 30, n. 4, p. 412-422, 1977.

CASTRO, Rubens F. A terceirização no direito do trabalho. São Paulo: Malheiros Editores, 2000.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

COSTA, Francisco José da. Mensuração e desenvolvimentos de escalas: aplicações em administração. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2011.

CUNHA, Maria J.; CANÇADO, Vera L.; MORAES, Lúcio F. R. Desafios na gestão de terceirizados: a ótica dos colaboradores em serviços de tecnologia da informação. In: ENCONTRO DE GESTÃO DE PESSOAS E RELAÇÕES DE TRABALHO, 1., 2007, Natal. Anais... Rio Grande do Norte: UFRN, 2007.

DELGADO, Gabriela Neves. Terceirização: paradoxo do direito do trabalho contemporâneo. São Paulo: LTR, 2004.

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS. O processo de terceirização e seus efeitos sobre os trabalhadores no Brasil. Relatório Técnico. São Paulo: DIEESE, 2007. Disponível em: . Acesso em: 16 ago. 2016.

DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas: modelo, processos, tendências e perspectivas. São Paulo: Atlas, 2011.

DRUCK, Graça. A terceirização no setor público e a proposta de liberalização da terceirização pelo PL nº 4.330. Jornal dos Economistas, Rio de Janeiro, n. 291, p. 11-13, out., 2013.

DRUCK, Graça. A terceirização na saúde pública: Formas diversas de precarização do trabalho. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 14, supl. 1, p.15-43, 2016.

FELÍCIO, Alessandra M.; HENRIQUE, Virgínia L. Terceirização: características, origem e evolução jurídica. In. DELGADO, Gabriela N.; HENRIQUE, Carlos A. J. (Coord.). Terceirização no direito do trabalho. Belo Horizonte: Mandamentos, 2004, p. 81.

FERREIRA, Maria L. C. B.; SIQUEIRA, Mirlene M. M. Antecedentes de intenção de rotatividade: estudo de um modelo psicossocial. Revista Organizações em Contextoonline, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 47-67, 2005.

FERREIRA, Mário C.; MENDES, Ana M. B. Trabalho e riscos de adoecimento: o caso dos auditores-fiscais da previdência social brasileira. Brasília, DF: Edições Ler, Pensar, Agir (LPA), 2003.

______. Contexto de trabalho. In: SIQUEIRA, Mirlene M. M. (Org.). Medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed, 2009.

GIOSA, Lívio A. Terceirização: uma abordagem estratégica. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1997.

HACKMAN, J. Richard; OLDHAM, Greg R. Motivation through the design of work: Test of a theory. Organizational behavior and human performance, v. 16, n. 2, p. 250-279, 1976.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2016. Rio de Janeiro: IBGE, 2016.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Mariana de Andrade. Fundamentos de pesquisa metodológica científica. São Paulo: Atlas, 2003.

MARCELINO, Paula; CAVALCANTE, Sávio. Por uma definição de terceirização. Caderno CRH, Salvador, v. 25, n. 65, p. 331-346, maio/ago. 2012.

MEDEIROS, Carlos A. F.; ENDERS, Wayne T. Validação do modelo de conceitualização de três componentes do comprometimento organizacional (Meyer e Allen, 1991). Revista de Administração Contemporânea, [S.l.], v. 2, n. 3, p. 67-87, 1998.

MOWDAY, Richard T.; STEERS, Richard M.; PORTER, Lyman W. The measurement of organizational commitment. Journal of vocational behavior, v. 14, n. 2, p. 224-247, 1979.

POGORZELSKI, Steve; HARRIOTT, Jesse; HARDY, Doug. Finding keepers: novas estratégias para contratar e reter talentos. Porto Alegre: Bookman, 2011.

REPULLO JUNIOR, Rodolpho. Os sindicatos, a terceirização e a saúde dos trabalhadores. Revista Brasileira Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 23, n. 85/86, p. 79-82, 1997.

ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

SÃO PAULO (Estado). Cadernos de terceirização prestação de serviços de limpeza hospitalar. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo; Secretaria da Fazenda, 2016. (v. 7).

SILVA, Ângela C. Entrevista. In: ELLIOT, Ligia Gomes (Org.). Instrumentos de avaliação e pesquisa: caminhos para construção e validação. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.

SIQUEIRA, Mirlene M. M. et al. Intenção de Rotatividade. In: SIQUEIRA, Mirlene M. M. (Org.). Novas medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed, 2014.

SIQUEIRA, Mirlene M. M. Medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed Editora, 2009.

STEIL, Andrea V.; PENHA, Mariana M.; BONILLA, Maria A. M. Antecedentes da retenção de pessoas em organizações: uma revisão de literatura. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, [S.l.], v. 16, n. 1, p. 88-102, 2016.

STUFFLEBEAM, Daniel L.; SHINKFIELD, Anthony J. Stufflebeam’s improvementoriented evaluation. In: _____. Systematic evaluation: A self-instructional guide to theory and practice. Springer Netherlands, p. 151-207, 1985.

STUFFLEBEAM, Daniel L. The use of experimental design in educational evaluation. Journal of Educational Measurement, [S.l.], v. 8, n. 4, p. 267-274, 1971a.

______.The relevance of the CIPP evaluation model for educational accountability. Paper presented at the Annual meeting of the American Association of School Administrators, Atlantic City, N.J., feb. 24.1971b.

TAGUL: Site de criação de nuvens de palavras. [S.l]. 2017. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2017.

TAMAYO, Álvaro. Valores organizacionais: sua relação com satisfação no trabalho, cidadania organizacional e comprometimento afetivo. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 33, n. 3, p. 56-63, jul./set. 1998.

TETT, Robert P.; MEYER, John P. Job satisfaction, organizational commitment, turnover intention, and turnover: path analysis based on meta-analytic findings. Personnel Psychology, [S.l.], v. 46, n. 2, p. 259–293, jun. 1993.

VANDENBERG, Robert J.; NELSON, Jodi Barnes. Disaggregating the motives underlying turnover intentions: when do intentions predict turnover behavior? Human Relations, [S.l.], v. 52, n. 10, p. 1313–1336. out. 1999.

WORTHEN, Blaine R.; SANDERS, James R.; FITZPATRICK, Jody L. Avaliação de programas: concepções e práticas. São Paulo: Editora Gente, 2004.

WRIGHT, Patrick; NISHII, Lisa. Strategic HRM and Organizational Behavior: Integrating Multiple Levels of Analysis. Ithaca, NY: Cornell University, 2006. (CAHRS Working Paper Series).

YAMAMOTO, Hiroshi. The relationship between employee benefit management and employee retention. The International Journal of Human Resource Management, [S.l.], v. 22, n. 17, p. 3550-3564, out. 2011.




DOI: http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v0i0.4593



Direitos autorais 2023 Fundação Cesgranrio

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

Principios Norteadores para o Avaliador

Guiding Principles for Evaluators American Evaluation Association (AEA)

Com o proposito de guiar o trabalho dos profissionais de avaliação e assegurar a etica de sua atuacao, a American Evaluation Association (AEA) - Associacao Profissional de Avaliadores - estabeleceu cinco principios norteadores aqui resumidos:

1.  Indagacao Sistematica, no que se refere à capacidade de coletar dados utilizando tecnicas apropriadas e comunicando metodos e abordagens com a devida transparencia para permitir acesso e critica.

2.  Competencia, no que se refere a demonstrar atuacao competente perante os envolvidos no processo avaliativo e desenvolver continuamente sua capacidade para alcancar o mais alto nivel de desempenho possivel.

3.  Integridade/Honestidade, no que se refere a assegurar honestidade e integridade ao longo de todo o processo avaliativo, negociando com os envolvidos e interessados na avaliação e buscando esclarecer e orientar procedimentos que venham provocar distorcoes ou indevidas utilizacoes.

4.  Respeito pelas pessoas, no que se refere ao respeito pela seguranca, dignidade e auto-valorizacao dos envolvidos no processo avaliativo, atuando sempre com etica profissional, evitando riscos e prejuizos que possam afetar os participantes para assegurar, o melhor possivel, o respeito às diferencas e o direito social de retorno dos resultados, aos envolvidos.

5.  Responsabilidade pelo bem estar geral e público, no que se refere a levar em consideracao a diversidade de interesses e valores que possam estar relacionados ao público em geral,buscando responder nao somente às expectativas mais imediatas, mas tambem às implicacoes e repercussoes mais amplas e, nesse sentido, disseminar a informacao sempre que necessario.

Indexado em:

  1. Miguilim - Diretório das revistas científicas eletrônicas brasileiras

  2. DOAJ - Directory of Open Access Journals

  3. EBSCO - Information Services

  4. Edubase

  5. Google Scholar

  6. Latindex - Sistema regional de información en línea para revistas científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal

  7. LivRe! - Portal do CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação

  8. OEI - Organizacion de Estados Iberoamericanos (Madri, Espanha, CREDI)

  9. RCAAP - Repositorio Cientifico de Acesso Aberto de Portugal

  10. REDIB - Red Iberoamericana de Innovación y Conocimiento Científico

  11. Scopus - A maior base de dados de abstracts e citacao de literatura revisada por pares:periodicos cientificos, livros e anais

 

Scimago

SJR : Scientific Journal Rankings

SCImago Journal & Country Rank
  
  

Meta: Aval., Rio de Janeiro, ISSN 2175-2753.