Curso Braille Básico – uma abordagem prática com o uso de tecnologias assistivas: um estudo avaliativo

Regina Helena Faustino, Lucí Mary Araújo Hildenbrand

Resumo


Este estudo se propôs a avaliar o curso Braille Básico – uma abordagem prática com o uso de tecnologias assistivas, promovido na modalidade a distância, pelo Laboratório de Pesquisas e Desenvolvimento em Tecnologias Assistivas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, quanto ao alcance dos seus objetivos. Neste sentido, fez uso da abordagem centrada em objetivos, construindo e validando, quanto à técnica e ao conteúdo, um instrumento composto por 31 itens, baseando-se naquele utilizado por Silva et al. (2014). Em seguida, o instrumento foi aplicado junto aos 380 concluintes da quarta turma, ofertada em 2017, obtendo-se resposta de 120 cursistas. Os resultados da avaliação mostraram julgamentos particularmente positivos quanto: aos conhecimentos adquiridos sobre a história do Braille e sobre as tecnologias e ferramentas assistivas – Braillendo e Braille Fácil; à postura pedagógica da tutoria, pois o feedback fornecido favoreceu à aprendizagem dos cursistas e ao seu próximo desempenho profissional; à adequação do material didático ao conteúdo, contribuindo para maior facilidade na assimilação dos temas abordados; à navegabilidade do ambiente virtual do curso e a facilidade de acesso. As recomendações, elaboradas a partir das fragilidades do curso, propuseram, em especial: a produção de vídeos e de tutoriais para viabilizar a abordagem das características técnicas das impressoras Braille; a ênfase no conteúdo referente à formatação de textos em Braille; e a elaboração de sugestões, para o desenvolvimento de atividades práticas capazes de atender às necessidades de alunos cegos integrantes de salas de aula híbridas.

Texto completo:

PDF

Referências


BALDO, Yvina Pavan et al. O modelo de planejamento para desenvolvimento de curso a distância: a experiência do CEFET-ES. Espirito Santo, maio 2008. Disponível em: . Acesso em: 5 ago. 2017.

BENAZZI, Luciane. A cegueira no contexto histórico. Portal Educação. [2018]. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2018.

BORGES, José Antônio dos Santos. Do BRAILLE ao DOSVOX: diferenças na vida dos cegos brasileiros. 2009. 172 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Sistemas e Computação) – COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.

BRASIL. Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 ago. 2009. Seção 1. p. 3. Disponível em: . Acesso em: 22 de ago. 2018.

______. Decreto Imperial no . 1.428, de 12 de setembro de 1854. Cria nest Côrte hum Instituto denominado Imperial Instituto dos meninos cegos. Coleção de Leis do Império do Brasil, p. 295, v. 1 pt., I (Publicação Original). Disponível em: . Acesso em: 12 out. 2018.

______. Decreto n. 5.707, de 23 de fevereiro de 2006. Institui a Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e regulamenta dispositivos da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 fev. 2006. Disponível em: . Acesso em: 21 de abr. 2018.

______. Plano Nacional de Educação 2014-2024 Linha de Base: Diretoria de Estudos Educacionais Dired. Brasília, DF: MEC, INEP, 2015. Disponível em: . Acesso em: 12 jun. 2018.

______. Ministério da Educação. Portaria Normativa n. 13, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a criação do "Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais". Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 abr. 2007. Disponível em: . Acesso em: 11 ago. 2017.

CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva: Com Os Pingos Nos "Is". 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.

COLTON, David; COVERT, Robert W. Designing and constructing instruments for social research and evaluation. São Francisco, CA: John Willey & Sons, 2007.

ELLIOT, Ligia Gomes; HILDENBRAND, Luci; BERENGER, Mercêdes Moreira. Questionário. In: ELLIOT, Ligia Gomes. Instrumentos de Avaliação e Pesquisa: caminhos para construção e validação. Rio de Janeiro: Wak, 2012.

FAWCETT, Steve; RABINOWITZ, Phil. Choosing Questions and Planning the Evaluation. The Community Tool Box. 2010. Disponível em: . Acesso em: 6 dez. 2018.

FERNANDES, Lorena Barolo; SCHLESENER, Anita; MOSQUERA, Carlos. Breve histórico da deficiência e seus paradigmas. Revista do Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares em Musicoterapia, Curitiba, v. 2, p.132 –144, 2011. Disponível em:. Acesso em: 18 jul. 2018.

GALLINDO, Jussara. Roda dos Expostos. In: Navegando na História da Educação Brasileira. Campinas: UNICAMP, c2006. Disponível em: . Acesso em: 12 out. 2018.

GARCIA, Vinicius Gaspar. Pessoas com deficiência e o mercado de trabalho: histórico e contexto contemporâneo. 2010. 199 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Econômico) – Programa Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico, Instituto de Economia, Universidade de Campinas, 2010.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1999.

GLAT, Rosana et al. Inclusão de pessoas com deficiência e outras necessidades especiais na e escola e no trabalho. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em:. Acesso em: 4 abr. 2018.

GRESLER, Lori Alice. Introdução à pesquisa: projetos e relatórios. 2. ed. São Paulo: Loyola 2004.

INTERVOX. Brailendo: Programa para treinamento de Braille. Rio de janeiro: NCEUFRJ, 2018a. Disponível em:. Acesso em: 15 jan. 2018.

INTERVOX. Braille Fácil 4.0. Rio de janeiro: NCE-UFRJ, 2018b. (Programa Ministério da Educação Boa Escola para Todos). Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2018.

JANNUZZI, Gilberta de Martinho. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas: Autores Associados, 2004. (Coleção Educação Contemporânea).

KASSAR, Mônica de Carvalho Magalhães; ARRUDA, Elcia Esnarriaga de; BENATTI, Marielle Moreira Santos. Políticas de inclusão: o verso e o reverso de discursos e práticas. In: JESUS, Denise Meyrelles de et al. (Org). Inclusão práticas pedagógicas e trajetórias de pesquisa. Porto Alegre: Mediação, 2007.

MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

MARANDOLA JÚNIOR, Eduardo. Humanismo e arte para uma geografia do conhecimento. Revista Geosul, Florianópolis, v. 25, n. 49, 2010. Disponível em: . Acesso em: 23 jul. 2018.

MARCONI, Marina A.; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2005.

MENEGOLLA, Maximiliano; SANT´ANNA, Ilza Martins. Por que planejar?: como planejar? Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1991.

MILANESI, Josiane Beltrame. Organização e funcionamento das salas de recursos multifuncionais em um município paulista. 183 f. 2012. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2012.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF: Secretaria de Educação Especial / MEC, 2008. Disponível em: . Acesso em: 15 maio 2018.

NAKAYAMA, Antônia Maria. Educação inclusiva: princípios e representação. 353 f. 2007.Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2018.

OUTHWAITE, William; BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1996.

PEÇA, Célia Maria Karpinski. Análise e Interpretação de tabelas e gráficos estatísticos utilizando dados interdisciplinares. Paraná, 2014. Disponível em: . Acesso em: 21 set. 2018.

PLESTCH, Márcia Denise; GLAT, Rosana. O ensino itinerante como suporte para a inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais na rede pública de ensino: uma abordagem etnográfica. Revista Iberoamericana de Educación, Madri, v. 2, n. 41, jan. 2007.

PROGRAMAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE SERVIÇOS PÚBLICOS. Braille Raille Básico Básico: Uma abordagem prática com o uso de tecnologias assistivas (a distância). Rio de Janeiro: UFRJ, [2017]. Disponível em: . Acesso em: 15 ago. 2018.

SECRETARIA NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (Brasil). Tecnologia Assistiva. Brasilia, DF: SNPD, 2009. Disponível em: . Acesso em: 6 jul. 2018.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2013.

SIGPROJ. Sistema de Informação e Gestão de Projetos. Página inicial. Brasília, DF: Ministério da Educação, [2018].

SILVA, Ângela Carrancho da et al. Educação de Jovens e Adultos: avaliação da satisfação dos professores com o curso oferecido pela Fundação Cecierj. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO DA EDUCAÇÃO, 4., 2014, Porto. Políticas e práticas de administração e avaliação na educação ibero-americana. Anais... Porto: ANPAE, 2014. Disponível em: . Acesso em: 21 maio. 2018.

SILVA, Benedito. Humanismo. In:______. (Coord.) Dicionário de Ciências Sociais. Rio de Janeiro: FGV, 1986.

SILVA, Eliana Regina de Paula. Regime jurídico das pessoas com necessidades especiais: o desafio da eficácia das leis de acessibilidade. 83 f. 2010. Dissertação (Mestrado) – Programa em Direitos Fundamentais em sua Dimensão Material – Projeto Tutela da Dignidade da Pessoa Humana perante a Ordem Política, Social e Econômica, CENTRO UNIVERSITÁRIO FIEO, Osasco, 2010.

SILVA, Otto Marques da. A epopéia ignorada: a pessoa deficiente na história do mundo de ontem e de hoje. São Paulo: CEDAS, 1987.

SOUZA, Ana Cláudia de; ALEXANDRE, Neusa Maria Costa; GUIRARDELLO, Edineis de Brito. Propriedades psicométricas na avaliação de instrumentos: avaliação da confiabilidade e da validade. Rev. Epidemiologia de Serviços de Saúde, Brasília, DF, n. 26, v. 3, jul./set. 2017.

TEIXEIRA, Enise Barth. A análise de dados na pesquisa científica-importância e desafios. Desenvolvimento em questão, Rio Grande do Sul, ano 1, n. 2, jul./dez. 2003.

THE NEW YORK INSTITUTE FOR SPECIAL EDUCATION. History of Writing Codes for the Blind. New York Point. [2018]. Disponível em: . Acesso em: 1 ago. 2018.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Nucleo de Comcutação Eletrônica. Histórico. Rio de Janeiro: NCE-UFRJ, [2018] . Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2018.

WELLCOME LIBRARY. William Moon and Moon Type. 2010. Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2018.

WORTHEN, Blaine R.; SANDERS, James R.; FITZPATRICK, Jordy L. Avaliação de programas: concepções e práticas. São Paulo: Ed. Gente, 2004.




DOI: http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v0i0.4523



Direitos autorais 2023 Fundação Cesgranrio

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

Principios Norteadores para o Avaliador

Guiding Principles for Evaluators American Evaluation Association (AEA)

Com o proposito de guiar o trabalho dos profissionais de avaliação e assegurar a etica de sua atuacao, a American Evaluation Association (AEA) - Associacao Profissional de Avaliadores - estabeleceu cinco principios norteadores aqui resumidos:

1.  Indagacao Sistematica, no que se refere à capacidade de coletar dados utilizando tecnicas apropriadas e comunicando metodos e abordagens com a devida transparencia para permitir acesso e critica.

2.  Competencia, no que se refere a demonstrar atuacao competente perante os envolvidos no processo avaliativo e desenvolver continuamente sua capacidade para alcancar o mais alto nivel de desempenho possivel.

3.  Integridade/Honestidade, no que se refere a assegurar honestidade e integridade ao longo de todo o processo avaliativo, negociando com os envolvidos e interessados na avaliação e buscando esclarecer e orientar procedimentos que venham provocar distorcoes ou indevidas utilizacoes.

4.  Respeito pelas pessoas, no que se refere ao respeito pela seguranca, dignidade e auto-valorizacao dos envolvidos no processo avaliativo, atuando sempre com etica profissional, evitando riscos e prejuizos que possam afetar os participantes para assegurar, o melhor possivel, o respeito às diferencas e o direito social de retorno dos resultados, aos envolvidos.

5.  Responsabilidade pelo bem estar geral e público, no que se refere a levar em consideracao a diversidade de interesses e valores que possam estar relacionados ao público em geral,buscando responder nao somente às expectativas mais imediatas, mas tambem às implicacoes e repercussoes mais amplas e, nesse sentido, disseminar a informacao sempre que necessario.

Indexado em:

  1. Miguilim - Diretório das revistas científicas eletrônicas brasileiras

  2. DOAJ - Directory of Open Access Journals

  3. EBSCO - Information Services

  4. Edubase

  5. Google Scholar

  6. Latindex - Sistema regional de información en línea para revistas científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal

  7. LivRe! - Portal do CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação

  8. OEI - Organizacion de Estados Iberoamericanos (Madri, Espanha, CREDI)

  9. RCAAP - Repositorio Cientifico de Acesso Aberto de Portugal

  10. REDIB - Red Iberoamericana de Innovación y Conocimiento Científico

  11. Scopus - A maior base de dados de abstracts e citacao de literatura revisada por pares:periodicos cientificos, livros e anais

 

Scimago

SJR : Scientific Journal Rankings

SCImago Journal & Country Rank
  
  

Meta: Aval., Rio de Janeiro, ISSN 2175-2753.