Práticas avaliativas na educação superior e o Ensino Remoto Emergencial

Rayana Beatriz do Nascimento Soares, Sarah Maria Romualdo de Menezes, Ana Lúcia Felix dos Santos

Resumo


O trabalho aborda as práticas avaliativas adotadas por docentes do ensino superior em tempos pandêmicos, especificamente as desenvolvidas na modalidade de Ensino Remoto Emergencial (ERE). Teve como objetivo analisar como estudantes do Curso de Pedagogia compreendem tais práticas.  A pesquisa considerou que o ERE trouxe maiores demandas para a avaliação da aprendizagem, que é entendida como um campo de alta complexidade quando pensada como um elemento da prática pedagógica. De base qualitativa, o estudo coletou dados por meio de um questionário on-line e teve a adesão de 84 estudantes. A análise revelou mudanças das práticas avaliativas presenciais para as remotas, como o aumento da quantidade de atividades avaliativas, o uso de instrumentos avaliativos mediados por tecnologia e a diminuição do uso das tradicionais provas escritas. Mas, também identificou continuidade do uso de instrumentos tradicionalmente utilizados no ensino presencial, mostrando uma dificuldade do docente em mobilizar novas alternativas avaliativas no ERE.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v16i50.4310



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Principios Norteadores para o Avaliador

Guiding Principles for Evaluators American Evaluation Association (AEA)

Com o proposito de guiar o trabalho dos profissionais de avaliação e assegurar a etica de sua atuacao, a American Evaluation Association (AEA) - Associacao Profissional de Avaliadores - estabeleceu cinco principios norteadores aqui resumidos:

1.  Indagacao Sistematica, no que se refere à capacidade de coletar dados utilizando tecnicas apropriadas e comunicando metodos e abordagens com a devida transparencia para permitir acesso e critica.

2.  Competencia, no que se refere a demonstrar atuacao competente perante os envolvidos no processo avaliativo e desenvolver continuamente sua capacidade para alcancar o mais alto nivel de desempenho possivel.

3.  Integridade/Honestidade, no que se refere a assegurar honestidade e integridade ao longo de todo o processo avaliativo, negociando com os envolvidos e interessados na avaliação e buscando esclarecer e orientar procedimentos que venham provocar distorcoes ou indevidas utilizacoes.

4.  Respeito pelas pessoas, no que se refere ao respeito pela seguranca, dignidade e auto-valorizacao dos envolvidos no processo avaliativo, atuando sempre com etica profissional, evitando riscos e prejuizos que possam afetar os participantes para assegurar, o melhor possivel, o respeito às diferencas e o direito social de retorno dos resultados, aos envolvidos.

5.  Responsabilidade pelo bem estar geral e público, no que se refere a levar em consideracao a diversidade de interesses e valores que possam estar relacionados ao público em geral,buscando responder nao somente às expectativas mais imediatas, mas tambem às implicacoes e repercussoes mais amplas e, nesse sentido, disseminar a informacao sempre que necessario.

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