O Papel dos Órgãos de Gestão da Escola na Avaliação da Aprendizagem: entre a burocracia e a melhoria

Paulo Marinho, Carlinda Leite, Preciosa Fernandes

Resumo


O artigo apresenta um estudo que teve como objetivos conhecer o papel dos órgãos de gestão da escola nos modos como contemplam a avaliação para a tomada de decisões e as possibilidades que essa ação pode oferecer para melhorar as aprendizagens. Para isso, foram recolhidos dados por entrevistas semiestruturadas a professores coordenadores de departamentos curriculares, coordenadores de grupos disciplinares e coordenadores de diretores de turma, em duas escolas portuguesas da escolaridade básica que apresentam resultados opostos nos exames nacionais. A análise dos discursos dos entrevistados permitiu saber que, embora os órgãos de gestão das duas escolas tenham responsabilidades na avaliação dos alunos, nem sempre o fazem de forma a que ela apoie culturas colaborativas e a tomada de decisões geradoras de melhoria das aprendizagens. Mostrou ainda que esta situação não foi distinta em função das caraterísticas diferenciadas dos alunos que frequentam cada uma das escolas estudadas.


Texto completo:

PDF

Referências


ARREDONDO, S. C.; DIAGO, J. C. Avaliação educacional e promoção escolar. São Paulo: Editora UNESP, 2009.

BLAZIEKO, Christy. Creating Authentic Collaboration for Teachers - Through Network Learning Communities. University of Saskatchewan Saskatoon, Canada, 2016.

BOLÍVAR, A. El Mejoramiento de la Escuela: Líneas Actuales de Investigación, Revista Portuguesa de Pedagogia, v. 51, n.2, p. 5-27, 2017. https://doi.org/10.14195/1647-8614_51-2_1

BOLAM, R. et al. Creating and sustaining effective professional learning communities. London: DfES and University of Bristol, 2005.

BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S.K. Qualitative Research for Education: An Introduction to Theory and Methods. 5th Edition, Boston: Allyn & Bacon, 2007.

CARLESS, D.; JOUGHIN, G.; LIU, N. F. How assessment supports learning: Learning-oriented assessment in action. Hong Kong: Hong Kong University Press, HKU, 2006.

CRAHAY, M. L’École peut-elle être juste et efficace? De l’égalité des chances et l’égalité des acquis. Revue Française de Pédagogie, Bruxelles, n. 135, p. 223-225, 2000.

CONNELL, R. Just education. Journal of Education Policy, v.27, n.5, p. 681-683, 2012.

DAY, C. School Leadership as an Influence on Teacher Quality. In X. Zhu, A. L. Goodwin; H. Zhang (Eds.), Quality of Teacher Education and Learning: Theory and Practice, p. 101-117. Singapore: Springe, 2017.

DUBET, F. L’école des Chances. Qu’est-ce qu’une école juste? Paris: Éditions du Seuil et La Republique des Idées, 2004.

DUFOUR, R. Professional Learning Communities: A Bandwagon, an Idea Worth Considering, or Our Best Hope for High Levels of Learning? Middle School Journal (J1), v. 39 n. 1, p. 4-8, 2007.

EARL, L.M.; KATZ, S. Rethinking classroom assessment with purpose in mind. Manitoba: Minister of Education, Citizenship and Youth, 2006.

FORD, TG; YOUNGS, PA. Creating organizational structures to facilitate collegial interaction among teachers: Evidence from a high-performing urban Midwestern US district. Educational Management Administration & Leadership, v. 46, n. 3, p. 424-440, 2017. https://doi.org/10.1177/1741143216682501

FULLAN, M.; HARGREAVES, A. A escola como organização aprendente. Curitiba: Artmed, 2000.

FULLAN, M. Leadership and sustainability: System thinkers in action. Thousand Oaks, CA: Corwin Press, 2005.

HARGREAVES, A.; Fullan, M. Professional capital: Transforming teaching in every school. New York: Teachers College Press, 2012.

HARGREAVES, A. Os professores em tempos de mudança: o trabalho e a cultura dos professores na idade pós-moderna. Amadora: Mc-Graw-Hill de Portugal, Lda, 1998.

HINDIN, Alisa et al. More than just a group: teacher collaboration and learning in the workplace. Teachers and Teaching- theory and practice, v. 13, p. 349-376, 2007. https://doi.org/10.1080/13540600701391911

HATTIE, J. What works best in education: The politics of collaborative expertise. London, England: Pearson, 2015.

HORD, S.M.; HIRSH, S.A. Making the promise a reality. In A.M. Blankstein, P.D. Houston; R.W. Cole (Eds.), Sustaining professional learning communities. Thousand Oaks, CA: Corwin Press, 2008.

JONES, C. Assessment for learning. Learning and Skills Development Agency: London, 2005.

KVALE, S. Doing interviews. London: Sage Publications, 2008.

KATZ, S.; EARL, L. Creating new knowledge: Evaluating networked learning communities. Education Canada, v. 47, n.1, p. 34-37, 2010.

LEITE, C.; FERNANDES, P. Avaliação, qualidade e equidade. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior (Campinas), v. 19, n. 2, p. 421-438, 2014.

LEITHWOOD, K. et al. Linking leadership to student learning (first ed.). San Francisco: Jossey-Bass/Wile, 2012.

LIMA, Licínio. O Conselho de Turma: um exercício em simulação. Braga: Universidade do Minho, 1986.

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez Editora, 2006.

MARINHO, P., LEITE, C.; FERNANDES, P. A avaliação da aprendizagem: Um ciclo vicioso de ‘testinite’. Estudos em Avaliação Educacional, v. 24, n. 55, p. 304-334. 2013. http://dx.doi.org/10.18222/eae245520132728

MARINHO, P., LEITE , C.; FERNANDES, P. Mathematics summative assessment practices in schools at opposite ends of performance rankings in Portugal, Research in Mathematics Education, v. 19, n. 2, p. 184-198, 2017. https://doi.org/10.1080/14794802.2017.1318085

MCLAUGHLIN; Milbrey W.; TALBERT, Joan E. Building School-based Teacher Learning Communities: Professional Strategies to Improve Student Achievement. New York: Teachers College Press, 2006.

MULLEN, Carol A.; SCHUNK, Dale H. A View of Professional Learning Communities Through Three Frames: Leadership, organization, and culture. McGill Journal of Education, v. 45, n. 2, p. 185, 2010.

NORTHOUSE, P. Leadership: Theory and practice (7th ed.). Thousand Oaks, CA: Sage Publications, 2016.

OECD. The future of education and skills. Education 2030. Paris: OECD Publishing, 2018.

PARKERSON, Donald; PARKERSON, Jo Ann. Assessment, Bureaucracy, and Consolidation: The Issues Facing Schools Today. Rowman & Littlefield: London, 2015.

PÉREZ GÓMEZ, A. A cultura escolar na sociedade neoliberal. Porto Alegre: Artmed, 2001.

PINHO, Maria J.; VIDAL, Rita; SILVA, Bruno. Pressupostos Epistemológicos da Complexidade: reflexões sobre a avaliação da aprendizagem. Meta: Avaliação, v. 10, n. 29, p. 299-317, maio/ago. 2018. http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v10i29.1604

PRIESTLEY, M.; BIESTA, G.; ROBINSON, S. Teachers as agents of change: teacher agency and emerging models of curriculum. In: Priestley, M.; Biesta, G. J. J. (Eds.). Reinventing the curriculum: new trends in curriculum policy and practice. London: Bloomsbury Academic, p. 187-206, 2013.

PRIESTLEY, M.; BIESTA, G.; ROBINSON, S. Teacher agency: what is it and why does it matter?. In: Kneyber, R.; Evers, J. (Eds.). Flip the system: changing education from the bottom up. London: Routledge, p. 134-148, 2015.

QUIVY, R.; CAMPENHOUDT, L. V. Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa: Gradiva Publicações, Lda, 1998.

RAWLS, J. Justiça como equidade: uma reformulação. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

RIBEIRO, Ana I. O diretor de turma: líder ou gestor? Dissertação de mestrado em Ciências da Educação. Porto: Universidade Católica Portuguesa, 2013.

SAMPAIO, M.; LEITE, C. A territorialização das políticas educativas e a justiça curricular: o caso TEIP em Portugal, Currículo sem Fronteiras, v. 15, n. 3, p. 715-740, set./dez. 2015.

SAMPAIO, M.; LEITE, C. From curricular justice to educational improvement: what is the role of schools’ self-evaluation? Improving Schools, V. 20, n. 1, p. 62-75, 2017. DOI:10.1177/1365480216688553.

SAMPAIO, M.; LEITE, C. Mapping social justice perspectives and their relationship with curricular and schools’ evaluation practices: looking at scientific publications. Education as Change, V. 22, n. 1, 2018. doi: https://doi.org/10.25159/1947-9417/2146

SANTOMÉ, J. T. Currículo escolar e justiça social: o Cavalo de Troia da Educação. Porto Alegre: Penso, 2013.

SHALEM, Y., S. ALLAIS; C. STEINBERG. Outcomes-based Quality Assurance: What Do We Have to Lose? Journal of Education, V. 34, p. 51-77, 2004.

STAKE, R. E. Multiple case study analysis. New York, NY: The Guilford Press, 2006.

THARENOU, P., DONOHUE, R.; COOPER, B. Management research methods. Port Melbourne: Cambridge University Press, 2007.

THURLER, M. G. Inovar no Interior da Escola. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.

VASCONCELLOS, C. Avaliação da aprendizagem: Práticas de mudança. Por uma práxis transformadora. São Paulo: Libertad, 2006.

VANGRIEKEN, K. et al. Teacher collaboration: A systematic review. Educational Research Review, V. 15, p. 17-40, 2015. https://doi.org/10.1016/j.edurev.2015.04.002

WALKER, T. Changing education in action in Finland: The collaborating teacher. In J. Evers; R. Kneyber (Eds.), Flip the system: Changing education from the ground up, p. 175-177, NY: Routledge, 2016.

WILIAM, D. Sustaining formative assessment with teacher learning communities. Seattle, WA: Kindle Direct Publishing, 2012.

WILIAM, D. What is assessment for learning? Studies in Educational Evaluation, 37(1), p. 3-14, 2011.

WILIAM, D. Assessment for learning: Why, what and how? London: Institute of Education, University of London, 2009.




DOI: http://dx.doi.org/10.22347/2175-2753v11i33.2177



Direitos autorais 2019 Fundação Cesgranrio

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

Principios Norteadores para o Avaliador

Guiding Principles for Evaluators American Evaluation Association (AEA)

Com o proposito de guiar o trabalho dos profissionais de avaliação e assegurar a etica de sua atuacao, a American Evaluation Association (AEA) - Associacao Profissional de Avaliadores - estabeleceu cinco principios norteadores aqui resumidos:

1.  Indagacao Sistematica, no que se refere à capacidade de coletar dados utilizando tecnicas apropriadas e comunicando metodos e abordagens com a devida transparencia para permitir acesso e critica.

2.  Competencia, no que se refere a demonstrar atuacao competente perante os envolvidos no processo avaliativo e desenvolver continuamente sua capacidade para alcancar o mais alto nivel de desempenho possivel.

3.  Integridade/Honestidade, no que se refere a assegurar honestidade e integridade ao longo de todo o processo avaliativo, negociando com os envolvidos e interessados na avaliação e buscando esclarecer e orientar procedimentos que venham provocar distorcoes ou indevidas utilizacoes.

4.  Respeito pelas pessoas, no que se refere ao respeito pela seguranca, dignidade e auto-valorizacao dos envolvidos no processo avaliativo, atuando sempre com etica profissional, evitando riscos e prejuizos que possam afetar os participantes para assegurar, o melhor possivel, o respeito às diferencas e o direito social de retorno dos resultados, aos envolvidos.

5.  Responsabilidade pelo bem estar geral e público, no que se refere a levar em consideracao a diversidade de interesses e valores que possam estar relacionados ao público em geral,buscando responder nao somente às expectativas mais imediatas, mas tambem às implicacoes e repercussoes mais amplas e, nesse sentido, disseminar a informacao sempre que necessario.

Indexado em:

  1. Diadorim - Diretório de políticas editoriais das revistas científicas brasileiras

  2. DOAJ - Directory of Open Access Journals

  3. EBSCO - Information Services

  4. Edubase

  5. Google Scholar

  6. Latindex -  Sistema regional de informacion en linea para revistas cientificas de America Latina, el Caribe, España y Portugal

  7. LivRe! - Portal do CNEN-Comissao Nacional de Energia Nuclear, do Ministerio de Ciencia, Tecnologia e Inovacao

  8. OEI - Organizacion de Estados Iberoamericanos (Madri, Espanha, CREDI)

  9. RCAAP - Repositorio Cientifico de Acesso Aberto de Portugal

  10. REDIB - Red Iberoamericana de Innovación y Conocimiento Científico

  11. Scopus - A maior base de dados de abstracts e citacao de literatura revisada por pares:periodicos cientificos, livros e anais

 

Scimago

SJR : Scientific Journal Rankings

SCImago Journal & Country Rank
  
  

Meta: Aval., Rio de Janeiro, ISSN 2175-2753.